O ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmou na manhã desta quinta-feira, 8, que foram enviadas informações para a Polícia Federal sobre os indícios de sabotagem no Ministério da Educação (MEC). Durante cinco dias, entre 1º e 5 de agosto, o Sistema Presença — utilizado para o pagamento dos benefícios do Bolsa Família — ficou fora do ar. Os portais do ProUni e do Fies estão funcionado parcialmente.
“Os serviços estão caindo de uma forma que não conseguimos explicar tecnicamente. Há indícios de sabotagem. Esses indícios nos levaram a chamar a Polícia Federal para investigar e verificar se esses indícios são prova ou não de algo criminoso que possa estar acontecendo no MEC. O MEC não é polícia nem Ministério Público. Não é nosso papel dizer se há ou não crime acontecendo aqui”, declarou o ministro durante entrevista coletiva.
A PF foi acionada mas ainda não houve abertura de inquérito. O superintendente da corporação no Distrito Federal, Márcio Nunes de Oliveira, afirmou que a abertura dependerá do resultado da análise do material pela polícia.
De acordo com Weintraub, a população não será prejudicada porque cada serviço que ficar fora do ar terá o prazo prorrogado. O secretário-executivo do MEC, Antonio Paulo Vogel, afirmou, também na coletiva, que a ideia é que as prorrogações sejam proporcionais ao tempo de instabilidade no serviço. “A orientação do ministro é prorrogar pela quantidade de dias em que o serviço sofreu com indisponibilidade”, disse.
O MEC informou ainda que não há uma previsão para o prazo de prorrogação pois é “necessário saber o tempo que cada sistema ficou afetado até o restabelecimento total dos serviços”. Os prazos atuais são: o envio das informações no Sistema Presença pode ser feito até 14 de agosto; a renegociação de dívidas com o Fies, até 10 de outubro; alunos não matriculados têm até 16 de agosto para se candidatar às bolsas remanescentes do Prouni; para os alunos matriculados, o prazo é 30 de setembro.
Cortes
Weintraub discursou durante três minutos na entrevista sobre o problema e, ao abrir espaço para perguntas, foi questionado sobre os cortes no orçamento da pasta. “A coletiva não é sobre isso. Eu tenho outra reunião. Não é corte, é contingenciamento. Nada vai ser afetado. A gente está administrando uma situação de crise deixada pelo governo passado, que foi eleito na chapa do PT, e a gente está administrando a boca do caixa. Nenhum serviço vai ser atingido”, respondeu.