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Haddad afirma que não vai dar indulto a Lula e apoiaria Ciro no 2º turno

Candidato petista voltou a dizer que ex-presidente não quer 'favor' e que ele e o pedetista pertencem ao 'mesmo campo político'

Por Da Redação
Atualizado em 4 jun 2024, 17h13 - Publicado em 18 set 2018, 11h02
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  • O candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (18) que, caso seja eleito, não vai dar indulto ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso pela Operação Lava Jato. O presidenciável foi categórico e afirmou que “não, não ao indulto” quando questionado sobre o assunto durante sabatina promovida pela rádio CBN e pelo portal G1.

    Haddad já havia adiantado a posição durante uma outra entrevista nesta segunda, quando argumentou que Lula não trocaria sua “dignidade” por “liberdade”. O ex-presidente, reafirmou o candidato petista, quer brigar pelo “reconhecimento do erro do Judiciário” com a revisão da sua condenação. E não deseja um “favor”, que seria um possível decreto presidencial.

    A discussão foi provocada durante o fim de semana pelo governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), que é candidato à reeleição. Pimentel garantiu que o ex-prefeito libertaria Lula. “Eu tenho certeza que, eleito, o Haddad vai assinar no seu primeiro dia de governo um indulto”, disse Pimentel. “Ele irá tirá-lo desta prisão injusta e arbitrária”, complementou.

    Em seu primeiro vídeo após ter alta da UTI do Hospital Albert Einstein, o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, também afirmou que a vitória de Haddad na eleição representaria o perdão judicial ao ex-presidente.

    Durante o encontro promovido pelos veículos, Fernando Haddad também desconversou sobre a possibilidade de Lula ser ministro em um eventual governo seu. “Acho essa pergunta muito pequena para um cara da estatura do Lula. Ele só aceitou ser ministro da Casa Civil (em 2016) porque estávamos prevendo que um golpe de Estado aconteceria, como aconteceu”, disse, em referência ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

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    Naquele ano, Dilma nomeou Lula em uma última tentativa de evitar seu afastamento pelo Congresso, mas o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu suspender a nomeação entendendo que ela tinha como único objetivo conceder foro privilegiado ao ex-presidente, que já era investigado na Lava Jato.

    Ciro

    O candidato disse ainda que apoiaria Ciro Gomes (PDT) em um segundo turno, assim como receberia apoio do adversário. “O Brasil está correndo risco de entrar numa nova aventura. Eu gosto do Ciro, sou amigo dele, pretendo estar junto com ele nessa caminhada. Não deu no primeiro turno. Nós pertencemos ao mesmo campo político contra esse obscurantismo que hoje está vigente no país”, afirmou.

    De acordo com as últimas pesquisas de opinião, Haddad e o pedetista disputam uma vaga para enfrentar Bolsonaro no segundo turno, seguidos por Geraldo Alckmin (PSDB) e Marina Silva (Rede). No último levantamento divulgado, do instituto MDA a pedido da CNT, Haddad apareceu com cerca de 17%, contra 10% de Ciro Gomes. Em entrevista ao Jornal da Globo na noite desta segunda-feira, Ciro criticou Haddad e lembrou que o agora presidenciável petista perdeu ainda em primeiro turno a disputa pela reeleição na cidade de São Paulo em 2016.

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    Combustíveis

    Questionado sobre a política de combustíveis da Petrobras, que foi o centro da controvérsia durante a paralisação dos caminhoneiros neste ano, Haddad afirmou que é contra tanto o que foi praticado no governo Dilma quanto a postura do governo de Michel Temer (MDB). “Temer se equivocou ao vincular os preços do combustível à especulação do mercado externo e, na gestão Dilma, não deveríamos usar o preço do combustível na política inflacionária”, disse.

    Apesar da crítica à gestão Dilma, o candidato do PT disse que o pior dos erros nesse setor foi cometido por Temer. “Ele trouxe enorme prejuízo ao país, ao atrelar o preço doméstico à cotação especulativa dos preços internacionais. Essa política foi implantada em julho de 2017 por Pedro Parente, determinando que os preços de derivados de petróleo comercializados pela empresa poderiam acompanhar diariamente as oscilações internacionais da cotação do óleo cru”, disse.

    Bancos

    Haddad voltou a dizer que, se eleito, pretende taxar as instituições financeiras proporcionalmente à cobrança de juros. “Quanto mais juros os bancos cobrarem, mais impostos pagarão. Quanto menos juros cobrarem, menos impostos irão pagar. O banqueiro terá de pagar do bolso dele quando aumentar os juros, e não tirar do bolso do trabalhador”, disse o petista.

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    Haddad afirmou que não pretende aumentar a carga média tributária, mas sim taxar bancos e quem ganha mais. “Vamos isentar do imposto de renda quem ganha até cinco salários mínimos”, emendou. Ao falar em taxar os bancos, Haddad disse que isso não foi feito nas gestões do PT porque “é muito difícil mexer em vespeiro”.

    (Com Estadão Conteúdo)

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