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Haddad diz que Dilma sofreu ‘sabotagem’ e nega atrito com a ex-presidente

O ex-prefeito voltou a usar uma entrevista do senador Tasso Jereissati, ex-presidente do PSDB, para atacar o partido de Geraldo Alckmin

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 4 jun 2024, 17h05 - Publicado em 21 set 2018, 16h18

O candidato do PT à Presidência nas eleições 2018, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira que o governo da ex-presidente cassada Dilma Rousseff foi alvo de sabotagem e negou a existência de qualquer atrito com a hoje candidata ao Senado por Minas Gerais. O presidenciável visitou a cidade histórica de Ouro Preto (MG).

“A sabotagem começou no dia da eleição e o próprio PSDB reconheceu isso”, disse Haddad, referindo-se à entrevista dada pelo ex-presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), ao jornal O Estado de S. Paulo. Tasso classificou como “erros memoráveis” a posição tucana de ter questionado o resultado das eleições e votado “contra princípios básicos nossos, sobretudo na economia, só para ser contra o PT”.

Com isso, Haddad repete a estratégia já utilizada na noite de ontem durante um debate promovido pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e exibido pela TV Aparecida. Em resposta, o candidato tucano, Geraldo Alckmin, afirmou que o petista “desvirtua” as palavras de Tasso Jereissati e que o PT também deveria fazer autocrítica e não “lançar candidatura em frente à penitenciária”, em uma referência ao discurso de oficialização do ex-prefeito em frente à sede da Polícia Federal em Curitiba, onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está preso.

Ao ser questionado sobre uma possível troca de farpas com a ex-presidente, Haddad negou e abraçou Dilma. “Às vezes vocês adoram inventar”, disse a candidata ao Senado. Além de Dilma, o ex-prefeito de São Paulo esteve acompanhado da candidata à vice-presidente, Manuela D’Ávila, do PCdoB, do governador mineiro, Fernando Pimentel (PT), candidato à reeleição, da postulante a vice-governadora, Jô Moraes (PCdoB), e também do segundo candidato ao Senado da coligação, Miguel Corrêa (PT), presente em um ato de campanha da chapa mineira pela primeira vez.

No discurso, na Praça Tiradentes, um dos principais pontos turísticos de Ouro Preto, Haddad lembrou de suas ações quando esteve à frente do Ministério da Educação, durante o governo Lula. O ex-prefeito de São Paulo falou sobre ter transformado a cidade histórica em “cidade universitária”, e lembrou também da criação da criação das cotas universitárias.

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Além do ato público de campanha, Haddad visitou o Museu da Inconfidência e assinou uma “carta-compromisso” com medidas voltadas para a cultura nacional. “É um compromisso com a nossa história, vamos fazer alterações na legislação de fomento à cultura, para incorporar uma parcela do orçamento voltado para o patrimônio histórico”, disse o petista, após lembrar do incêndio no Museu Nacional, no Rio de Janeiro, no dia 2 de setembro.

Ciro

Em Ouro Preto, Fernando Haddad evitou fazer qualquer crítica ao candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes. “O Ciro às vezes diz uma coisa e às vezes diz outra. Eu gosto dele, ele é amigo nosso”, disse. Na última quarta-feira, Ciro afirmou que não apoiaria o petista em um eventual segundo turno com Jair Bolsonaro, do PSL. “Nem a pau, Juvenal”, disse.

No último Datafolha, Haddad cresceu três pontos porcentuais, de 13% para 16%, mas ainda está empatado na margem de erro com Ciro, que se manteve com 13%. Bolsonaro aparece em primeiro, com 28%, dois pontos a mais que na última pesquisa eleitoral do instituto.

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