Em meio à pressão para desistir da vaga no Senado pelo Rio de Janeiro, Alessandro Molon (PSB) tem dito a interlocutores que vai manter a candidatura até o fim — motivo de irritação para o PT. Pesquisa do Ipec (ex-Ibope) divulgada nesta semana aponta que, quando associado a Lula, André Ceciliano (PT) aparece à frente de Romário (PL), sendo o ex-jogador vinculado ao correligionário Jair Bolsonaro. O petista que hoje preside a Assembleia Legislativa do Rio é o nome oficial da chapa que tem Marcelo Freixo (PSB) para o governo estadual, mas Molon entende que não há empecilhos para o partido ter candidatura própria nas duas disputas.
A solução final sobre o imbróglio, dizem os envolvidos na situação, ficará a cargo de Lula em cobrança à direção nacional do PSB, que não deve querer criar mais atrito com o PT – há impasses entre as siglas também em outros estados. Segundo uma das fontes ouvidas por VEJA, o ex-presidente deve acompanhar as pesquisas até julho para embasar melhor suas decisões. No Rio, Ceciliano é homem de confiança do cacique-mor do partido, e o Ipec desta semana desconstruiu, na avaliação de aliados dele, o principal argumento que Molon tinha até então para se manter no jogo: a vantagem nas pesquisas.