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Inquérito sobre Aécio que tramitava no STF vai para Justiça de SP

O deputado mineiro é investigado por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro a partir das delações de executivos do grupo J&F

Por Da Redação Atualizado em 6 fev 2019, 23h32 - Publicado em 6 fev 2019, 22h08

O ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello enviou para a primeira instância da Justiça de São Paulo inquérito em que o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) é investigado por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

A ação que tramitava no STF foi aberta em 2017 a partir das delações de executivos do grupo J&F. Os depoimentos prestados por Joesley Batista e Ricardo Saud descreve, nas palavras do ministro do STF, uma “relação espúria” mantida entre a empresa e o parlamentar.

Marco Aurélio justificou a decisão afirmando que a investigação se refere ao período em que Aécio Neves era senador. Desde o ano passado, o Supremo considera que o foro privilegiado só vale para crimes cometidos no atual mandato e em razão da atividade parlamentar.

Remetido à primeira instância da Justiça Federal de São Paulo, o inquérito apura a relação mantida entre Aécio e o grupo J&F, mirando em supostos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Quando pediu a abertura da investigação, a Procuradoria-Geral da República (PGR) apontou necessidade de apurar o suposto pagamento de propina de R$ 60 milhões feito em 2014 a Aécio através da emissão de notas fiscais frias, por diversas empresas indicadas pelo parlamentar.

A procuradoria também citou pagamento a diversos partidos para apoiarem a candidatura à Presidência da República em 2014, quando foi derrotado por Dilma Rousseff. Desde que o inquérito foi instaurado, Aécio tem negado irregularidades. Procurada, a defesa do senador afirmou que a decisão de enviar o caso para a primeira instância está correta, considerando o novo entendimento do STF.

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Aécio se tornou réu em abril do ano passado em função de outro inquérito também relacionado à J&F. Na ocasião, a Primeira Turma do STF decidiu aceitar denúncia em que a PGR acusa o tucano de receber ilicitamente R$ 2 milhões de Joesley Batista, oriundos da J&F, e de atrapalhar as investigações em torno da Operação Lava Jato.

A defesa de Aécio Neves nega todas as acusações dos delatores e afirma que o parlamentar não cometeu nenhum crime. O próprio Aécio também já disse ser “vítima de armação”.

(Com Estadão Conteúdo)

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