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Ipsos: cai desaprovação a Lula e sobe rejeição a Moro e Bolsonaro

Pesquisa de credibilidade do instituto foi feita entre os dias 1º e 14 deste mês e captou parte do impacto das revelações de Palocci contra o ex-presidente

Por Da Redação
Atualizado em 25 set 2017, 11h16 - Publicado em 24 set 2017, 14h20
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  • O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve seu índice de desaprovação reduzido e sua taxa de aprovação ampliada em setembro na comparação com o mês anterior, segundo o mais recente Barômetro Político, pesquisa mensal de credibilidade realizada pelo instituto Ipsos. O percentual da população que não concorda com a atuação de Lula caiu de 66% para 59%, enquanto a parcela da sociedade que aprova subiu de 32% para 40%, a maior em dois anos de levantamento – 1% não soube opinar.

    Ao mesmo tempo, o juiz federal Sergio Moro, que condenou Lula a nove anos e meio de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro e é um dos símbolos da Operação Lava Jato, alcançou uma taxa de desaprovação de 45%, recorde desde setembro de 2015. As impressões da população foram colhidas entre os dias 1º e 14 deste mês, ou seja, já captam parte do efeito do depoimento do ex-ministro Antonio Palocci, que fez duras acusações a Lula.

    No dia 6, Palocci afirmou a Moro que o ex-presidente tinha um “pacto de sangue” com a Odebrecht por propinas e que a empresa colocou 300 milhões de reais à disposição do PT no fim do mandato de Lula. Entre agosto e setembro, Lula foi o presidenciável com a maior taxa de aprovação, perdendo apenas para Moro e o apresentador de TV Luciano Huck – os dois negam interesse em disputar o cargo.

    PALESTRA DO DEPUTADO FEDERAL JAIR BOLSONARO NA FUMEC.
    Deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) viu aprovação diminuir e rejeição aumentar no último mês (FLAVIO TAVARES/JORNAL HOJE EM DIA/Estadão Conteúdo)

    O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), pré-candidato à sucessão do presidente Michel Temer (PMDB), acumulou dois reveses no Barômetro Político deste mês: o percentual que o rejeita subiu de 56% para 63% (a pior taxa em dois anos) e a parcela que aprova sua atuação caiu de 21% para 19%, dentro da margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos.

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    O cientista político Carlos Melo, professor do Insper, afirmou, no entanto, que a aprovação e a rejeição a Lula tem um limite porque os grupos que aprovam e desaprovam o ex-presidente têm similaridades entre si. “Eles não mudam suas opiniões, a posição desses grupos não está conectada com os fatos. Não há como reverter isso. Lula tem um piso do qual ele não passa. Assim como podemos dizer que ele tem um teto que não passará também. Nesse sentido, Lula é um candidato forte de primeiro turno, tem capacidade para fazer uma grande bancada na Câmara. Agora, ele deve enfrentar sérias dificuldades para vencer uma eleição de segundo turno”, analisa Melo.

    Segundo o também cientista político Cláudio Couto, da FGV-SP, o embate entre Lula e Moro parece estar criando uma vitimização do ex-presidente. “Além disso, a aprovação de Lula surfa na desaprovação do governo Temer”, afirmou Couto.

    Tucanos

    Entre os tucanos, o prefeito da capital paulista, João Doria, ainda é o que tem os melhores índices, apesar de sua credibilidade com a população estar caindo. “É a prova de como a imagem se desgasta rapidamente diante de altas demandas por serviços públicos de qualidade aliada a uma expectativa não correspondida da população”, afirma Cersosimo.

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    No último mês, quando intensificou sua agenda de viagens pelo Brasil com foco na corrida presidencial, Doria viu sua taxa de reprovação passar de 52% para 58% (um ponto abaixo da de Lula) e sua aprovação cair de 19% para 16% – menos da metade de Lula e só três pontos acima do índice positivo do governador Geraldo Alckmin, com quem disputa a indicação do PSDB para a eleição de 2018. Os números do governador paulista oscilaram para baixo no mês passado, dentro da margem de erro. Seu índice de desaprovação passou de 73% para 75% e o de aprovação, de 14% para 13%.

    Outros nomes

    A pesquisa também mostrou a percepção dos entrevistados em relação a outros nomes. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD), principal responsável pela agenda de reformas do governo e que passou recentemente a se colocar como presidenciável em 2018. tem desaprovação alta, de 66%, e aprovação baixíssima, de 3% – índice que pode ser explicado pelo desconhecimento do seu nome.

    A rejeição ao presidente Michel Temer (PMDB) teve um crescimento exponencial no último ano, passando de 60 para 94% dos pesquisados. Os que aprovam o presidente hoje são apenas um décimo do que eram em setembro de 2016: a queda foi de 30 para 3% nos últimos doze meses.

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    Já o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa também não tem motivos para sorrir com a nova pesquisa. No último ano, a desaprovação ao ex-ministro do STF chegou a 41% e superou a aprovação, que é de 38%.

    A ex-senadora Marina Silva (Rede) manteve os números que tinha há um ano – o percentual dos que a desaprovam aumentou de 53 para 60%, enquanto o de seus apoiadores foi de 32 para 28% na última pesquisa.

    Apontado como um possível “plano B” do PT, caso Lula seja impedido pela Justiça de concorrer, o ex-prefeito Fernando Haddad alcançou seus piores índices em dois anos. “A pesquisa mostra uma rejeição alta (57%) e comprova que essa desaprovação cai na medida em que seu nome fica mais conhecido. Isso quer dizer que Lula não repassa seu capital político para Haddad”, explica Cersosimo.

    (Com Estadão Conteúdo)

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