O ministro-chefe da Secretaria de Governo, Carlos Marun (MDB), afirmou que a Polícia Federal já pediu à Justiça a prisão de empresários suspeitos de locaute, a participação indevida dos donos das transportadoras na articulação e manutenção da greve dos caminhoneiros, que chegou, neste sábado, ao sexto dia.Marun não informou quais são os empresários nem para qual instância do Poder Judiciário as prisões foram pedidas. Nesta sexta-feira, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou que a PF investigava "duas dezenas" de executivos por utilizar a interrupção dos serviços de trabalhadores como meio para pressionar o governo em busca de interesses patronais."A Polícia Federal já tem inquéritos abertos para investigar essa suspeita [de locaute]. Empresários serão convocados para prestar depoimentos. O diretor-geral [Rogério] Galloro [da PF] informou que já existem pedidos de prisão aguardando manifestação da Justiça", afirmou, após reunião de um comitê de crise pela manhã, com a participação do presidente Michel Temer (MDB).O ministro também ressaltou que não basta que os caminhoneiros desbloqueiem as estradas, que o Governo só dará a crise como solucionada e o acordo firmado na quinta-feira como cumprido quando os motoristas voltarem ao trabalho. "A crise se resolve no momento em que o caminhoneiro e a caminhoneira voltarem a cumprir suas obrigações. O desbloqueio da estrada é positivo, mas os caminhões parados, até pelo constrangimento de quem quer trabalhar, ajudam, mas não são a solução", argumentou.O Governo decidiu executar a medida autorizada em liminar concedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e vai multar em 100.000 reais por hora os donos de transportadoras que tiverem veículos parados deliberadamente. Os caminhoneiros que tiverem, na carga, insumos da área da saúde também serão multados, em 10.000 reais por dia.