A relação entre o empresário e fundador do Novo, João Amoedo, com a direção atual da legenda se deteriorou mais uma vez e desmembrou em uma troca de farpas nas redes sociais sobre o apoio de Amoêdo à Lula (PT) no segundo turno das eleições, no último sábado, 15, mesmo sendo um crítico ferrenho ao PT.
“É ingênuo quem não vê Bolsonaro como ameaça ao Brasil”, disse o político na ocasião. A partir desse movimento, o perfil do partido no Twitter publicou um texto em repúdio à atitude de Amoêdo.
O político também usou a rede social para lamentar que a legenda estava utilizando meios oficiais para “atacar a liberdade de expressão e política de um filiado” e defendeu que o ataque a ele feria as diretrizes do próprio partido. “Textualmente, o Novo reafirmou a liberdade de seus filiados em votar segundo suas convicções”, escreveu.
Filiados chegaram a levantar a solicitação de expulsão de João Amoêdo da sigla. Outro político influente que teceu mensagens raivosas ao empresário foi o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), tendo chamado o João Amoêdo de “papel higiênico da esquerda”, após o declarado apoio a Lula.
Relação desgastada
Verdade é que a compatibilidade entre o fundador do Novo e as diretrizes partidárias atuais já apresentavam sinais de desgaste. O político, que concorreu à presidência em 2018 e computou mais de 2 500 000 de votos, desistiu da candidatura neste ano após conflitos internos na legenda, que acabou por escolher Luiz Felipe d’Avila como candidato oficial.
Amoêdo decidiu não fazer campanha ao partido nestas eleições. Crítico a Bolsonaro, o empresário se incomodou com a atitude condescendente de d’Avila ao atual presidente, principalmente nos debates, em que fez clara “dobradinha” com Jair Bolsonaro (PL). Em 2020, ele deixou a liderança do Novo, por ter passado por desacordo com a ala bolsonarista da sigla.