A Justiça de São Paulo quebrou o sigilo fiscal e bancário do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, no âmbito de um inquérito que o investiga por suposto enriquecimento ilícito ocorrido no período entre 2012 e 2018. O processo é conduzido pelo Ministério Público de São Paulo desde julho.
A decisão data de segunda-feira e foi tomada pelo desembargador Antônio Celso Aguilar Cortez, da 10ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo. A promotoria já havia solicitado os dados em duas ocasiões anteriores, mas os pedidos foram negados pelo tribunal.
A investigação apura como o patrimônio de Salles saltou de 1 4 milhão de reais para 8,8 milhões de reais entre 2012 e 2018. Coordenada pelo promotor Ricardo Manoel Castro, a investigação teve início em julho a partir de representação feita por uma empresa chamada Sppatrim Administração e Participações, que levantou suspeita sobre a evolução patrimonial de Salles com base nas declarações de bens que ele mesmo prestou à Justiça Eleitoral.
Salles nega irregularidades em suas contas. “Todos os meus rendimentos e bens foram declarados por mim mesmo. Não tenho nenhum receio acerca da análise dos dados.”
Em uma declaração feita à Justiça Eleitoral em 2012, quando foi candidato a vereador, o ministro apresentou a declaração com o primeiro valor. Ela consistia em aplicações financeiras, 10% de um apartamento, um carro e uma moto.
Em 2018, Salles foi candidato a deputado federal pelo partido Novo. À Justiça, informou possuir dois apartamentos de 3 milhões de reais cada, 2,3 milhões de reais em aplicações e um barco de 500.000 reais.
Neste período, o ministro ocupou dois cargos no governo Geraldo Alckmin (PSDB). Entre março de 2013 e novembro de 2014, foi secretário particular do ex-governador. Entre julho de 2016 e agosto de 2017, foi secretário do Meio Ambiente.
(Com Estadão Conteúdo)