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Justus contraria grupo de empresários e vê ato pró-Bolsonaro ‘inoportuno’

Distante do grupo Brasil 200, que apoia as manifestações, apresentador acredita que 'é hora de unir forças e tentar diminuir essa polarização'

Por Luiz Felipe Castro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 23 Maio 2019, 19h39 - Publicado em 23 Maio 2019, 16h13

Eleitor do presidente Jair Bolsonaro, o empresário e apresentador de TV Roberto Justus acredita que as manifestações a favor do governo, marcadas para o próximo domingo, 26, em todo o país, são “inoportunas”. Com isso, Justus contraria a posição do Brasil 200, grupo de empresários do qual já fez parte, que na última quarta-feira 22 anunciou que participará dos atos.

Em entrevista a VEJA, Justus salientou que segue apoiando Bolsonaro, mas com ressalvas. “Tenho minhas restrições à forma atribulada e confusa com que o presidente está lidando sobretudo com o lado político. Assim como a maioria dos empresários, fiquei muito animado no início e, depois, preocupado com essa confusão causada por guru, por filho, essas questões que todo mundo está enxergando. Não precisava. Neste primeiro momento, a grande oposição (a Bolsonaro) se tornou as próprias confusões geradas por tuítes desnecessários, fofoca, fogo amigo.”

O CEO do Grupo Newcomm considera que o grande mérito de Bolsonaro foi a escolha de seus ministros, especialmente de Paulo Guedes (Economia) e Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública), e que o cenário ainda é positivo. “Começo a ver um pouco mais de céu azul no horizonte, com essas aprovações administrativas. Depois vêm a tributária e, obviamente, a mãe de todas as reformas, que é a da Previdência. Tenho muita fé de que vamos aprová-la, e aí será um novo Brasil, independentemente das trapalhadas.”

Justus afirmou que fez parte do Brasil 200 e mantém “simpatia e admiração pelo grupo”, mas afirma que não tem comparecido às reuniões e que não participou da decisão sobre os atos de domingo. “Essa é a opinião deles, não a minha. Creio que não é momento, não precisa (de manifestações). Justo agora que as coisas parecem entrar nos eixos? Eu não farei parte disso. Torço bastante por esse governo e pelo meu país, acho que vamos ter momentos muito melhores, mas acho inoportuno fazer manifestação neste momento”, afirmou.

“É hora de unir forças e tentar diminuir essa polarização que o Brasil não aguenta mais. A oposição democrática tem de existir, eu apoio isso, mas não acho que a qualquer dor no calo seja preciso sair para se manifestar. O governo está muito no começo, não tem como resolver os problemas do Brasil em cinco meses. Acho que o foco tem de ser na agenda positiva do Brasil. O resto vem com o tempo”, completou.

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Brasil 200: ‘Não haverá ataques’

Na última quarta-feira 22, Gabriel Kanner, presidente-executivo do Brasil 200, anunciou que o grupo decidiu apoiar as manifestações. O empresário, que é sobrinho de Flávio Rocha, dono da Riachuelo, esteve em Brasília e disse que as “pautas evoluíram” e não têm o objetivo de atacar as instituições.

“Estávamos contra, inicialmente, pois as primeiras convocações falavam em pautas pouco republicanas, como fechamento do Congresso e do STF. Mas elas evoluíram conforme a vontade da maioria, para a defesa da reforma da Previdência, da MP-870 e do pacote anticrime do ministro Sergio Moro. Tive a certeza que essas serão as pautas defendidas no domingo, não haverá ataques ao parlamento, nem ao Rodrigo Maia. Nós precisamos do Parlamento para passar as reformas”, afirmou Kanner nas redes sociais do Brasil 200.

O presidente Bolsonaro afirmou que não comparecerá aos atos e orientou seus ministros a fazer o mesmo, mas decidiu liberar membros do PSL a participar ou não das manifestações.

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