A força-tarefa da Operação Lava-Jato em São Paulo denunciou nesta sexta-feira, 3, o senador e ex-governador de São Paulo, José Serra (PSDB), e sua filha, Verônica Allende Serra, por prática de lavagem de dinheiro transnacional. Em paralelo, a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Revoada, que faz buscas em endereços ligados ao tucano.
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Clique e AssineNo total, oito mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em São Paulo e no Rio de Janeiro. De acordo com o MPF, entre 2006 e 2007, Serra “valeu-se de seu cargo e de sua influência política para receber, da Odebrecht, pagamentos indevidos em troca de benefícios relacionados às obras do Rodoanel Sul”. “Milhões de reais foram pagos pela empreiteira por meio de uma sofisticada rede de offshores no exterior, para que o real beneficiário dos valores não fosse detectado pelos órgãos de controle”, acrescenta a Procuradoria em nota.
De acordo com o MPF, as investigações demonstram José Amaro Pinto Ramos e Verônica Serra constituíram empresas no exterior, ocultando seus nomes, e por meio delas receberam os pagamentos que a Odebrecht destinou a Serra, então governador de São Paulo. A Procuradoria também obteve autorização para o bloqueio de cerca de 40 milhões de reais em uma conta na Suíça.
Como VEJA mostrou, em fevereiro do ano passado, a Segunda Turma do Supremo Trivunal Federal (STF) remeteu este inquérito contra Serra para a Justiça de São Paulo, a pedido da então procuradora-geral da República, Raquel Dodge. A decisão seguiu o próprio entendimento do STF que restringiu o foro por prerrogativa de função. Apesar do tucano ser senador e, portanto, poder ser julgado pela Corte, o inquérito apura atos cometidos no período em que Serra era governador.