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Líderes decidem focar em CPI Mista para investigar JBS

O colegiado vai investigar os danos causados no mercado financeiro após a suposta compra de dólares antes da divulgação do conteúdo das denúncias

Por Da redação
23 Maio 2017, 09h16

Em reunião na noite desta segunda-feira na residência oficial da presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), líderes da base aliada acertaram focar as atenções na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) proposta pelo senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) para investigar a atuação do frigorífico JBS no mercado financeiro. A instalação do colegiado é uma reação da base aliada à empresa, cujos executivos citaram o presidente Michel Temer em delação premiada.

Vice-líder do PMDB na Câmara e um dos principais defensores de Temer, o deputado Carlos Marun (MS) chegou a afirmar na tarde desta segunda-feira que começaria a colher assinaturas para instalar uma CPI na Casa para investigar a delação da JBS. A pedido de líderes da base aliada, porém, Marun recuou e desistiu de propor a instalação da comissão. “Devemos assinar a CPI Mista proposta pelo senador Ataídes”, disse o peemedebista.

Ataídes Oliveira começou a coletar também nesta segunda assinaturas para instalar uma CPMI com o objetivo de investigar o frigorífico JBS. O requerimento distribuído pelo tucano aos parlamentares faz menção aos “danos causados” pela empresa ao mercado financeiro, em referência a uma suposta operação de compra de dólares por parte da companhia antes da divulgação do conteúdo das denúncias.

Para instalar a CPMI, Oliveira precisa de, no mínimo, 27 assinaturas de senadores e 171 de deputados federais. O senador disse ter consultado parlamentares como o senador Tasso Jereissati (CE), que com o afastamento do senador Aécio Neves (MG) se tornou o presidente interino do PSDB; Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), 1º vice-presidente do Senado; e André Moura (PSC-SE), líder do governo no Congresso. Oliveira espera conseguir todas as assinaturas e iniciar os trabalhos do colegiado em até 15 dias.

“Nós precisamos chamar esses irmãos Batista para eles explicarem como foi que, em uma semana, eles lucraram 700 milhões de dólares com câmbio e venda de ações. Tinham informações privilegiadas”, disse Oliveira, ao citar os empresários Joesley Batista e Wesley Batista. Se for efetivamente instalada, a CPMI será formada por 13 senadores e 13 deputados.

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O senador negou que a ação seja patrocinada pelo governo e tenha caráter revanchista diante da divulgação de áudios contra o presidente da República e a gestão peemedebista. “Isso não tem nada a ver com o governo, não falei com o Temer. Não tem nada a ver com Lava Jato. Tem que explicar para o povo. Esses rapazes têm que explicar para a sociedade. Roubou, usurpou o povo brasileiro e foi embora do País.”

(Com Estadão Conteúdo)

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