O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresenta nesta quarta-feira, 19, em São Paulo, a tão aguardada carta aos evangélicos — documento redigido pela campanha petista e por lideranças do segmento para pacificar temas importantes junto ao eleitorado religioso.
Com participação ativa da senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) e da deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP), ambas evangélicas, a compilação das propostas vinha sendo tratada em “banho-maria” pelo PT há algumas semanas.
A hesitação maior de Lula era em razão do receio de que a assinatura de uma declaração dessa envergadura abrisse margem para que fosse necessário o comprometimento com pactos com diversos outros setores.
Membros da campanha petista admitem que os resultados das últimas pesquisas de intenção de voto — que apontam a diminuição da diferença entre Lula e Jair Bolsonaro — e a explosão de fake news sobre o posicionamento de Lula em relação à religião contribuíram para a celeridade da carta.
De acordo com Eliziane Gama, o documento pretende rebater as mentiras sobre fechamento de igrejas e delinear que temas como o aborto serão tratados pelo Congresso, e não pelo Executivo.
Enquanto Lula tenta avançar sobre o eleitorado evangélico — setor que apoia fortemente Bolsonaro –, pesquisa Datafolha divulgada na última sexta-feira, 14, mostra que o atual presidente tem crescido entre o público — Bolsonaro passou de 62%, na última sondagem, para 65%, enquanto Lula se manteve com 31%.