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Lula se aproxima da metade do mandato com Centrão mirando ministérios mais robustos

Trocas também serviriam para tirar ministros alvos de críticas e intrigas internas

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 16 nov 2024, 19h38

Com o segundo ano de mandato chegando ao fim, o presidente Lula enfrentará nos próximos meses um aumento da pressão para ceder espaços mais relevantes para partidos aliados.

O petista foi eleito com uma frente ampla e, ao assumir o Palácio do Planalto, abrigou o MDB, o PSD e o União Brasil, distribuindo três pastas para cada legenda. Com o governo ainda com dificuldades na articulação com o Congresso, em setembro do ano passado o PP e o Republicanos também ganharam um ministério.

Importantes caciques do Congresso afirmam que as pastas distribuídas ao grupo têm pouca relevância e que muitas vezes os ministros têm de passar o chapéu entre os deputados para conseguir verbas para implantar seus programas.

Além disso, há uma cobrança por parte do grupo para firmar uma “fidelização” ao projeto de reeleição  – apesar de comporem o governo, nenhum dos partidos do Centrão garante caminhar com Lula em 2026.

O leilão da Esplanada

Nas conversas sobre possíveis mudanças, o Ministério da Saúde volta a entrar na mira, com críticas recheadas feitas ao trabalho da ministra Nísia Trindade por, nas palavras de caciques do Centrão, não ter uma marca a apresentar.

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A pasta é sempre lembrada como a menina dos olhos dos caciques do Congresso, mas diante da conhecida resistência do PT em entregar a Saúde, poderia entrar nas negociações também para abrir espaço em outra cadeira. Especula-se, por exemplo, que o articulador Alexandre Padilha, que já comandou o ministério, poderia reassumir a função e entregar as relações com o Congresso para um político com melhor trânsito.

O vice Geraldo Alckmin também é outro que está no radar. Há uma torcida para que José Múcio deixe o Ministério da Defesa e o vice assuma a sua função. Assim, ele teria de deixar o Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, porta de entrada para negócios com grandes empresários e, por isso, também cobiçado pelos políticos.

Também se busca espaço para o deputado Elmar Nascimento, líder do União Brasil que, na última semana, desistiu de disputar a presidência da Câmara e anunciou apoio ao deputado Hugo Motta (Republicanos-BA). Uma das possibilidades seria uma solução caseira e efetuar trocas entre ministros indicados pela legenda – alvo da Polícia Federal, Juscelino Filho (União), das Comunicações, já foi avisado de que terá de se afastar se for denunciado pelo Ministério Público.

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Com orçamentos também robustos, os ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Waldéz Góes (Integração) são outros que têm são cargos desejados pelos congressistas. No possível xadrez ministerial, é contabilizada a possibilidade de os atuais presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ganharem um cargo no alto escalão.

Balanço dos partidos

Do lado palaciano, ministros que atuam na área política afirmam que o presidente Lula deve fazer um balanço sobre a atuação de cada partido nos últimos dois anos e o que cada um entregou ao governo para definir as mudanças em uma eventual reforma.

Uma ala do PT e de ministros palacianos também ventila a possibilidade de trocas. O grupo reforça as críticas à comunicação do governo, comandada pelo chefe da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta.

Governistas reclamam que as entregas deste terceiro mandato não estão sendo propagadas corretamente à população, o que afeta diretamente a imagem do presidente Lula, e cobram uma mudança no comando da pasta.

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