Logo após a aprovação do parecer a favor da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), traçou os próximos passos da tramitação do projeto e cobrou maior participação do governo nas articulações para conquistar votos.
“Hoje, o governo não tem votos para aprovar nem essa matéria e nem nenhuma outra que seja polêmica”, declarou Maia em entrevista para a Globo News, no fim da noite desta terça-feira 23. “[Agora] é fundamental o governo participar. O governo não pode se omitir numa votação tão importante como essa. Só encaminhar o projeto não resolve o problema”, acrescentou.
Maia disse ser necessário que governo “dialogue” e “tenha muita energia e vontade para aprovar o tema”. “A gente sabe que o governo ainda é um pouco desorganizado aqui. Nós organizamos de uma forma onde demonstramos hoje que há responsabilidade na reforma da Previdência. Foi um resultado importante, um resultado que mostrou uma afirmação da Câmara dos Deputados em relação a essa matéria”, avaliou o deputado.
“O governo se omitiu basicamente tirando a participação do [ministro] Onyx, tirando um pouco a participação do presidente, sempre do lado negativo, dizendo ‘eu sou contra, mas sei que o Brasil quebra’. Queremos que ele entenda que, se ele representa os 200 milhões de brasileiros, que se ele aprovar a Previdência vai garantir a aposentadoria para os brasileiros e emprego para os brasileiros. Ele precisa ter certeza que a aprovação da reforma da Previdência é boa para o Brasil, para os brasileiros”, declarou o presidente da Câmara.
Rodrigo Maia se comprometeu a procurar líderes partidários a partir desta quarta-feira para tentar instalar a comissão especial – o próximo passo de tramitação da reforma na Câmara – ainda nesta semana.
“A partir de amanhã chamarei os líderes e pedirei indicação de membros. Seria uma sinalização muito boa ao Brasil fazer isso [instalar a comissão especial) nesta semana. Mas antes preciso falar com cada líder para ver se isso é possível. Queremos chegar a um texto que possa garantir um sistema equilibrado e um país com credibilidade para que o setor privado volte a investir”, finalizou Maia.