Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

Mais de um século

O operador do PSDB é condenado a 145 anos de prisão, que se somam a outra sentença, de 27 anos — e volta a assombrar tucanos com a possibilidade de delação

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 15h40 - Publicado em 8 mar 2019, 07h00

Em maio passado, diante da juíza federal Maria Isabel do Prado, o depoente Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, mostrou que a perspectiva de prisão não o assustava. Afinal, o ex-dire­tor da Dersa, órgão que cuida das estradas paulistas, e homem forte dos governos tucanos havia sido libertado pouco depois de preso. À reportagem de VEJA, que acompanhava a audiência, ele perguntou: “Você está vendo um cara acabado aqui?”. Até brincou que a liberdade havia atrapalhado seu plano de ser campeão de futebol na cadeia: “A gente ia ganhar o torneio, mas me soltaram antes”. Agora, deve voltar a bater bola entre muros. Na quarta-­feira  6, a juíza o condenou a 145 anos e oito meses de prisão por peculato, inserção de dados falsos e associação criminosa para desviar 7,7 milhões de reais das obras de reassentamento do Rodoanel, uma rodovia que circunda São Paulo.

É a maior pena da história da Lava-Jato e se soma aos outros 27 anos de prisão que Paulo Preto pegou por cartel e fraudes em licitações. A sentença foi expedida um dia antes de seu aniversário de 70 anos, o que frustrou a expectativa da sua defesa de que os crimes caducassem — pela lei, o prazo de prescrição cai pela metade quando o réu se torna septuagenário.

O calvário de Paulo Preto começou com a delação da ex-funcionária da Dersa Mércia Ferreira Gomes, que o jogou no epicentro do esquema de corrupção. Além dele, foi condenada sua filha, Tatiana Cremonini, a 24 anos de detenção. E é justamente isso que preocupa os tucanos. Se a prisão não abala o condenado, o envolvimento das filhas, sim. Em carta confiscada pela Lava-­Jato, outra filha, Priscila, pedia ao pai que fizesse delação: “Acabe com isso, negocie com o MP, negocie sua soltura, o trancamento dos inquéritos e o que mais souber. Por favor, minha mãe, minha irmã e eu não devemos mais entrar nisso”. Para complicar a prisão do ex-diretor da Dersa, a Lava-Jato de Curitiba solicitou à Procuradoria-Geral da República que o ministro Gilmar Mendes, do STF, fosse impedido de atuar em ações sobre Paulo Preto que venham a chegar ao tribunal. Gilmar soltou o operador tucano duas vezes da prisão.

 

Publicado em VEJA de 13 de março de 2019, edição nº 2625

Continua após a publicidade
carta
Continua após a publicidade
Envie sua mensagem para a seção de cartas de VEJA
Qual a sua opinião sobre o tema desta reportagem? Se deseja ter seu comentário publicado na edição semanal de VEJA, escreva para veja@abril.com.br
Publicidade

Imagem do bloco
Continua após publicidade

4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

Continua após publicidade

Vejinhas Conteúdo para assinantes

Continua após publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.