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Mais Médicos é programa ‘improvisado’ e será revisto, diz futuro ministro

Listando prioridades do governo Bolsonaro, Mandetta promete 'choque de gestão' em hospitais Rio de Janeiro, apoio ao governo de Roraima e saúde da família

Por Da Redação
28 dez 2018, 22h20

Com críticas à gestão atual e passada, o futuro ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), afirmou nesta sexta-feira 28, que o programa Mais Médicos é caracterizado por improvisações, “desde o dia em que foi instalado até hoje”, e que vai ter que ser revisto “como um todo”.

“Vamos aguardar o que esse governo vai concluir, porque a gente já fez reuniões. O entendimento deles começa de um jeito, depois muda. A característica do Mais Médicos é que um programa de improvisações, uma atrás da outra. Desde o dia em que foi instalado até hoje”, disse o hoje deputado federal, indicado para comandar a pasta pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).

“Isso vai ter que ser revisto, esse programa. Tem inúmeras situações de distorção”, concluiu, em entrevista na sede do governo de transição no CCBB, em Brasília. Mandetta cita como exemplo de “improvisações” o fato de que o programa não tinha uma previsão de distrato. Quanto às supostas distorções, diz que houve substituição completa do quadro de profissionais em cidades que têm IDH (índice de desenvolvimento humano) alto, e que, em tese, não precisariam disso, como Brasília.

Criado em 2013 na gestão da presidente Dilma Rousseff, o programa tinha como um dos alicerces a parceria com o governo de Cuba, que mandava profissionais para o interior do Brasil. A parceria foi alvo de críticas de Bolsonaro, que defendia mudanças para a manutenção do acordo com o regime cubano, como permitir que os médicos trouxessem seus familiares para o país e também que estes não fossem mais obrigados a dividir o salário que recebiam com o governo. Diante do impasse, Cuba se antecipou e rompeu o acerto.

A saída de 8.500 médicos cubanos criou uma crise em municípios e fez com que prefeitos e secretários de Saúde se articulassem para a manutenção dos estrangeiros no país. Em edital promovido pelo governo federal, quase a totalidade das vagas foram preenchidas por brasileiros. Um terço destes, no entanto, ainda não havia se apresentado para ocupar a posição até o último dia 14 de dezembro.

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‘Choque de gestão’

O futuro ministro Luiz Henrique Mandetta listou quais devem ser as prioridades da sua gestão. Em primeiro lugar, pretende promover um “choque de gestão” nos hospitais e institutos federais do estado do Rio de Janeiro, cujo sistema de saúde foi afetado no passado recente por mortes de pacientes em filas e por escândalos de corrupção.

“Esses hospitais federais precisam ser integrados, tomar um choque de gestão, melhorar a questão da compra conjunta. Na parte de atendimento hospitalar, a rede federal no Rio de Janeiro vem passando por inúmeros problemas, então a gente deve entrar numa agenda com a agenda hospitalar do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro”, disse Mandetta. Atualmente, existem seis hospitais e três institutos federais de saúde no estado fluminense.

O segundo item da lista do Ministério da Saúde, afirma o hoje deputado federal, será um reforço ao saúde pública de Roraima, um estado afetado pela intensa imigração de refugiados venezuelanos. Por fim, pretende ampliar o programa de saúde da família em mais algum estado brasileiro, que ainda não está definido. Luiz Henrique Mandetta é o primeiro ministro a atender ao pedido do futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM), de detalhar a pauta que pretende adotar nos primeiros 100 dias do governo Bolsonaro.

(Com Estadão Conteúdo)

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