O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar os protestos realizados em todo o país na última quarta-feira 15, afirmando que se trataram de “movimento do pessoal que eu cortei a verba”. Falando na frente do Palácio da Alvorada, o presidente afirmou novamente que os estudantes que participaram dos atos são “idiotas úteis”.
Bolsonaro saiu à frente de sua residência oficial para conversar com alunos do colégio Bandeirantes, de São Paulo, que estavam ali para apoiá-lo. Entre os assuntos abordados estavam as manifestações contra as medidas de contingenciamento do governo na educação básica e no ensino superior.
“E esse movimento do pessoalzinho aí que eu cortei verba, o que vocês acharam?”, perguntou o presidente, segundo vídeo divulgado pelo jornal Folha de S.Paulo.
“É uma minoria que manda na escola. Pessoal faz aí porque alguns (professores) (estavam) oferecendo pontos, facilidades. E o pessoal (os alunos) nem sabe o que foi fazer nas ruas”, afirmou Bolsonaro. “São idiotas úteis. É verdade.”
Em sua viagem a Dallas, nos Estados Unidos, o presidente já havia se referido aos manifestantes como “idiotas úteis” e “massa de manobra”.
Texto compartilhado no WhatsApp
Após compartilhar um texto que descreve o país como “ingovernável” se não existir “conchavos” políticos, Bolsonaro disse que quem divulga este tipo de mensagem é “parte do povo” e que “devemos ser fiéis a eles e ponto final”.
O texto foi compartilhado na sexta-feira 17 por ele pelo WhatsApp. O presidente foi questionado sobre a repercussão da mensagem e afirmou que compartilha materiais nas redes sociais para que seus seguidores tirem suas próprias conclusões.
“Eu passo muita mensagem no WhatsApp, muita, e boto no Facebook. E, geralmente, eu não boto ali a minha opinião. Eu boto ‘assista, tire suas conclusões’. Esse pessoal que divulga isso faz parte do povo. Esse pessoal a quem devemos ser fiéis a eles e ponto final. Quem tem de ser forte é o povo. Quem tem de dar o norte é povo. Não sou eu”, afirmou, aos jornalistas reunidos no local.
Mais cedo, o presidente havia dito que tinha repassado a mensagem para “meia dúzia de pessoas”. O texto diz que o Planalto sofre pressões de todas as corporações, em todos os poderes, e que o país “está disfuncional”, mas não por culpa de Bolsonaro.
Ministérios
Destacando que o foco deve ser o Brasil acima de todos, Bolsonaro defendeu também a aprovação da Medida Provisória que reduziu o número de ministérios e que será votada pela Câmara nos próximos dias.
“Para que aumentar o Ministério? São 22 [ministérios], inclusive queria que tivesse menos”, afirmou. “Se eu botar 39 caras, tem cara que eu vou ver uma vez por ano”, disse ainda.