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Manuela d’Ávila admite abrir mão de candidatura por união da esquerda

No entanto, pré-candidata do PCdoB condiciona decisão a gestos de PT, PDT e PSOL para unificar o campo político

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 4 jun 2018, 20h00 - Publicado em 4 jun 2018, 16h37

A deputada estadual do Rio Grande do Sul Manuela d’Ávila (PCdoB) admitiu abrir mão de sua pré-candidatura à Presidência da República por uma união de partidos de esquerda já no primeiro turno das eleições presidenciais. Ela condiciona o posicionamento, no entanto, a um gesto do PT, que mantém a pré-candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula Silva mesmo com o petista preso e condenado na Lava Jato, do PDT, que lançou o ex-ministro Ciro Gomes, e do PSOL, cujo pré-candidato é o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, Guilherme Boulos (MTST).

Para Manuela, o PCdoB não é um obstáculo à união da esquerda, mas o partido não abriria mão de seu nome se as outras legendas do campo não fizessem o mesmo em torno de um único projeto. “Nós já fizemos o gesto. Se eu não for candidata, os outros três se entendem para nós estarmos unidos? A unidade da esquerda representa isto: nós estaremos todos unidos em uma única candidatura? Os outros três têm essa disposição? Eu não sou óbice”, diz a deputada gaúcha.

Ela ressaltou, porém, acreditar que, “provavelmente”, PCdoB, PT, PDT e PSOL continuarão sendo oponentes no processo eleitoral.

Na semana passada, o líder do PCdoB na Câmara, deputado Orlando Silva, defendeu que os partidos de esquerda se juntem em torno de um único nome se houver o risco de nenhuma das candidaturas do campo chegar ao segundo turno da disputa pelo Palácio do Planalto. O partido avalia apoiar outro nome, como o de Ciro Gomes, e lançar Manuela ao governo do Rio Grande do Sul.

Nesta segunda-feira, 4, Manuela participou de um fórum sobre reforma tributária promovido por entidades de agentes da Receita Federal e de auditores fiscais estaduais. Após sua participação no evento, a parlamentar foi abordada por um participante que sugeriu que ela aceitasse ser candidata a vice-presidente em uma chapa encabeçada por Ciro Gomes. “Eu estou convidando ele para ser meu vice. Você acha bonito isso?”, respondeu, em tom de brincadeira.

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Manuela disse que conversa com Ciro assim como dialoga com outros presidenciáveis de esquerda. Ela afirmou que as conversas vão continuar e que é inadequada a “troca de farpas” entre os pré-candidatos desse campo. “Os problemas do país são infinitamente maiores do que as nossas diferenças”, declarou.

Lula

Depois de suspender sua pré-campanha para defender a liberdade do ex-presidente Lula, preso em Curitiba desde o dia 7 de abril, Manuela d’Ávila diz agora que essa não será sua única bandeira no pleito. “Não é o único tema porque essa não é a única manifestação da crise aguda que o país vive, essa é uma manifestação”, justificou, destacando que continuará pedindo que o petista seja solto durante a campanha.

Outra bandeira a ser relativizada a partir de agora, para Manuela, é a defesa da saída do presidente Michel Temer do poder. Para ela, a bandeira do “Fora, Temer” vai ser levantada por meio do combate às candidaturas que representem continuidade do governo, já que não haveria mais tempo de defender uma saída do emedebista antes do término do mandato.

Em sua participação no fórum, Manuela d’Ávila disse que o governo Temer já virou “pó”, mas ainda será um “fantasma” na campanha eleitoral. “Embora ele tenha virado pó e seja um governo morto, o seu fantasma ronda um conjunto de outras candidaturas”, disse.

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