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Mensagens mostram participação de Cristiane Brasil em esquema, diz PGR

Operação encontra em celular de servidor do Ministério do Trabalho diálogos nos quais a deputada orienta fraudes no registro de entidades sindicais

Por Da Redação
Atualizado em 12 jun 2018, 16h53 - Publicado em 12 jun 2018, 16h33
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  • A Procuradoria-Geral da República (PGR) informou que a segunda fase da Operação Registro Espúrio, deflagrada nesta terça-feira 12, cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços da deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ) porque há “indícios” de seu envolvimento em um esquema criminoso de fraude em registros de sindicatos no Ministério do Trabalho.

    O esquema foi revelado por VEJA em março e desmantelado na primeira fase da operação, no último dia 30. Por “indícios”, o MPF se refere a mensagens encontradas no celular do servidor Renato Araújo Júnior, que atuava na Secretaria de Relações do Trabalho e seria “o braço-direito” da deputada no Ministério do Trabalho.

    Segundo a Procuradoria, diálogos entre Cristiane e Araújo tratavam de orientações sobre como o servidor deveria executar o esquema criminoso. “Além de orientar o servidor em relação a como agir na análise de pedidos, há inclusive mensagens que tratam da cobrança de valores previamente combinados”, diz o texto. Nas mensagens, a deputada faz referência ao pai, o ex-deputado e presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson.

    Reportagem de VEJA demonstrou que, por meio de indicações políticas para cargos técnicos na pasta, o PTB, em uma espécie de “sociedade oculta” com o Solidariedade, montou uma engrenagem de corrupção, que consistia na cobrança de propinas em troca da permissão para a criação de novas entidades sindicais. O setor que cuida do assunto no governo federal é justamente a Secretaria de Relações do Trabalho.

    Caciques dos dois partidos, em especial Jefferson e os deputados Jovair Arantes (PTB-GO) e Paulinho da Força (SD-SP) – todos alvos da primeira fase da investigação –, receberam, segundo as investigações da Polícia Federal, propina em troca da influência política na pasta, exercida pelas legendas desde o início do governo do presidente Michel Temer (MDB).

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    A própria Cristiane Brasil chegou a ser nomeada por Temer para assumir o cargo de ministra do Trabalho em janeiro, mas a indicação foi suspensa por decisões judiciais, até que o governo desistiu. Hoje, o ministério é dirigido interinamente por Helton Yomura, também ligado ao PTB.

    Defesa

    Cristiane Brasil afirma ter ficado “surpresa” por ser alvo da segunda fase da operação. Segundo a deputada, ela “não tem papel nas decisões tomadas pelo Ministério do Trabalho”. “Espero que as questões referentes sejam esclarecidas com brevidade e meu nome limpo”, disse.

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