Investigados no inquérito que apura se houve pagamento de propina na edição de um decreto sobre o setor de portos, o presidente Michel Temer (MDB) e o coronel João Baptista Lima Filho, amigos há mais de três décadas, declaram-se inocentes e perseguidos por adversários. Temer diz que o cerco judicial ao coronel pretende desestabilizar seu governo, e, por isso, seus assessores ameaçam até pedir o impeachment do relator do caso, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF). Já o coronel afirma que nunca recebeu propina e nega ser laranja do presidente — os dois, segundo ele, teriam apenas uma relação de amizade, uma “coisa pura”, sem “outros interesses”.
Mensagens encontradas no celular do coronel, às quais VEJA teve acesso, comprovam que a relação entre Temer e Lima foi além disso. Mostram como o coronel exerceu — em pelo menos um caso — o papel de intermediário entre Temer e um dos maiores grupos empresariais da área portuária. Revelam que Lima, sem ser funcionário público nem mesmo assessor de Temer, abriu as portas do governo a interesses privados e fez questão de informar o presidente do serviço prestado. O diálogo não traz o desfecho da história, mas o grupo empresarial ajudado pelo coronel teve sua demanda atendida por um apadrinhado de Temer no governo. Coisa na casa do bilhão de reais.
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