Michelle Bolsonaro sobre críticas: ‘Sempre em concordância e validada pelo meu marido’

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) comentou nesta quarta-feira, 3, as críticas que vem recebendo desde que provocou um racha na direita do Ceará ao desautorizar um acordo que vinha sendo sedimentado pela direção local do PL, com aval do ex-presidente Jair Bolsonaro, para apoiar o ex-governador e ex-ministro Ciro Gomes (PSDB) na disputa ao governo local contra o PT.

“Quero deixar claro que estou sempre em concordância e validada pelo meu marido, meu amor e meu líder, respeitando sempre a sua liderança”, declarou em post feito no Instagram.

O comentário se deu após o blogueiro bolsonarista que está foragido nos Estados Unidos Allan dos Santos afirmar em um vídeo que ela não tem autoridade para dar direcionamentos aos caminhos do PL. “Michelle não tem nenhum aval dos filhos para estar falando o que ela está falando. Ela não estava quando o Bolsonaro foi preso. Ela está viajando o Brasil inteiro como se o Bolsonaro já estivesse morto. Ela está cagando para o Bolsonaro”, disse. “Eles estão penando para manter o Bolsonaro vivo, e ela está cagando, literalmente cagando para isso”, afirmou Santos.

A declaração do blogueiro ocorreu no mesmo dia em que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que havia pedido desculpas a Michelle por ter criticado a posição dela. Ele e o deputado federal André Fernandes (PL-CE), presidente do partido no Ceará e responsável por conduzir a aliança com Ciro Gomes, concederam uma entrevista coletiva na tarde de ontem para explicar que estavam cedendo aos pedidos de Michelle e pausando as negociações para buscar outras possibilidades.

No post feito hoje, Michelle também falou da dificuldade de conduzir a sua vida pessoal, como cuidar da filha menor, Laura, com as novas dificuldades impostas na área política pela prisão de Bolsonaro após ele ter sido condenado a 27 anos inicialmente em regime fechado por sua participação em uma tentativa de golpe de estado. Além disso, ela afirma que segue com a sua agenda política com o aval do marido.

“Meu marido me pediu que eu não cancelasse as agendas, até porque temos prazos da janela eleitoral a cumprir, além da missão de capacitar nossas lideranças, levar uma palavra de fé e esperança ao nosso povo e encorajar o povo de bem a não desistir”, postou.

Confira a nota de Michelle na íntegra:

Em resposta a esse vídeo, e digo que esta será a última vez que me manifesto sobre esse assunto, afirmo que o senhor [Allan dos Santos] que me acusa não está perto de mim nem da minha família para fazer tamanha afirmação absurda. Ele não conhece a nossa rotina, não sabe como a nossa vida virou de cabeça para baixo, muito menos compreende o meu papel como mãe, esposa e presidente do PL Mulher. E quero deixar claro que estou sempre em concordância e validada pelo meu marido, meu amor e meu líder, respeitando sempre a sua liderança.

Muitas pessoas se precipitam em julgar na ânsia de aparecer, preferindo expor sem sequer saber o que realmente está acontecendo. Meu marido me pediu que eu não cancelasse as agendas, até porque temos prazos da janela eleitoral a cumprir, além da missão de capacitar nossas lideranças, levar uma palavra de fé e esperança ao nosso povo e encorajar o povo de bem a não desistir.

Eu me desdobro entre cuidar da minha filha Laura e preparar toda a sua alimentação, que é levada diariamente, em vários horários, pelo meu amado irmão Eduardo. Se eu pudesse, estaria o dia todo ao lado do meu marido, mas infelizmente o ministro Alexandre de Moraes limitou nossas visitas, talvez duas vezes por semana e por apenas 30 minutos.

É muito fácil julgar quando se está do outro lado, sem considerar o impacto e o sofrimento que essas acusações geram. Estou apenas com a minha filha, tentando dar conta de tudo, sendo forte para apoiar o meu marido e cuidar da saúde da Laura, que nunca mais foi a mesma desde o atentado.

São dias difíceis, mas nós vamos vencer. A verdade, essa sim, vai prevalecer. Que Deus abençoe e conceda sabedoria e discernimento àqueles que falam sem saber.

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