O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (PSL), patrocinou um esquema de candidaturas “laranjas” em Minas Gerais, segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo desta segunda-feira 4. Segundo a publicação, ele usou quatro candidaturas de mulheres para direcionar verbas públicas de campanha para empresas ligadas a seus assessores. O parlamentar foi o deputado federal mais votado em 2018 no estado, onde presidia a legenda no estado.
Apesar de figurarem entre os 20 candidatos do PSL que mais receberam dinheiro público na campanha, as quatro mulheres tiveram menos de 2.000 votos (somando-se todas as candidaturas), em um indicativo de pouco empenho na busca de eleitores. Segundo o jornal, dos 279 mil reais repassados, ao menos 85 mil reais foram depois destinados a contas de quatro empresas pertencentes a assessores, parentes ou sócios de assessores do ministro de Jair Bolsonaro.
As candidatas declararam ter gasto todo o valor que receberam nas campanhas, apesar das votações baixas. A reportagem da Folha de S. Paulo, porém, encontrou registros de que o dinheiro foi encaminhado a empresas de comunicação ou uma gráfica.
O ministro Marcelo Álvaro Antônio afirmou, por meio da assessoria, que “a distribuição do fundo partidário do PSL de Minas Gerais cumpriu rigorosamente o que determina a lei” e que “refuta veementemente a suposição com base em premissas falsas de que houve simulação de campanha com laranjas no partido.”
“Fazer ilações sobre o valor gasto por qualquer candidato e a quantidade de votos que o mesmo conquistou é, no mínimo, subestimar a democracia e o poder de análise dos eleitores”, declarou ao jornal.