Weintraub diz que professores estão coagindo alunos por protesto
Titular da pasta indicou canal para recebimento de provas contra 'constrangimento'; atos ocorrem nesta quinta-feira, 30
Em mensagem divulgada pelo Twitter, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, pediu que sejam encaminhadas à pasta denúncias de coação de estudantes para participar dos protestos contra bloqueios no orçamento do setor nesta quinta-feira, 30. Ele indicou um endereço eletrônico para que seja encaminhadas as provas da denúncias para o MEC tomar “providências legais”.
“Nós estamos aqui recebendo no MEC cartas e mensagens de muitos pais de alunos citando explicitamente que alguns professores, funcionários públicos, estão coagindo os alunos ou falando que eles serão punidos de alguma forma caso não participem das manifestações. Isso é ilegal, isso não pode acontecer”, afirmou.
Os organizadores dos protestos prometem que “dia 30 vai ser maior”, em comparação aos atos realizados no último dia 15, que levaram milhares de pessoas às ruas em mais de 240 cidades do país.
“O MEC está em um esforço muito grande para que o ambiente escolar não seja prejudicado por uma guerra ideológica que prejudica o aprendizado dos alunos. O objetivo da escola é formar, ensinar e potencializar ao máximo todo o futuro dos nossos jovens e das nossas crianças. Qualquer coisa diferente disso, que prejudique esse grande objetivo, por favor, nos comunique. Nós somos contra qualquer forma de constrangimento, seja de qualquer matiz ideológica”, disse.
A Força Nacional vai atuar na segurança do Ministério da Educação “nas ações de preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio” nesta quinta. Em Brasília, a mobilização de estudantes, professores e outros profissionais estava marcada para começar às 10h. A concentração será no Museu Nacional da cidade, nas proximidades da Esplanada dos Ministérios.
Performance
Em outra mensagem, o ministro também mostrou sua verve artística para rebater uma notícia sobre as consequências do bloqueio no orçamento do ministério nas obras de reconstrução do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, destruído em um incêndio em setembro do ano passado.
Rodando um guarda-chuva ao som da trilha sonora do filme Cantando na Chuva, Weintraub anuncia, sorrindo, com a câmera em close: “Está chovendo fake news!”. “Novamente um veículo de comunicação das pessoas que estão de mal com a vida tenta macular a imagem do MEC”.
Segundo sua versão, havia emendas parlamentares de 55 milhões de reais destinadas à recuperação do museu, mas a bancada do RJ resolveu reduzir este valor em 12 milhões de reais.
“Nada a ver com o MEC. Mesmo que eles nao tivessem reduzido e o dinheiro estivesse prontamente disponível para ser gasto, o projeto ainda nao está protocolado, então não daria para começar as obras. Infelizmente, mais uma mentira. Para de chover aqui no MEC. Até mais!”
(Com Estadão Conteúdo)
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Ouça o episódio abaixo e conheça a história e as polêmicas de Abraham Weintraub, o ministro da Educação de Bolsonaro.