Sergio Moro condena Eduardo Cunha a 15 anos de prisão
Juiz da Operação Lava Jato setenciou o ex-deputado pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão fraudulenta de divisas
Por Eduardo Gonçalves
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Atualizado em 4 jun 2024, 18h04 - Publicado em 30 mar 2017, 13h05
Eduardo Cunha chora ao ler carta de renúncia da presidência da Câmara dos Deputados - 07/07/2016 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
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O ex-deputadoEduardo Cunha(PMDB-RJ) foi condenado nesta quinta-feira pelo juiz federalSergio Moro, responsável pelas ações da Operação Lava Jatona primeira instância, em Curitiba, a quinze e quatro meses de prisão pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão fraudulenta de divisas. O processo se refere ao pagamento de propina milionária que envolveu a compra do campo petrolífero de Benin, na África, pela Petrobras, em 2011.
Na decisão, o juiz titular da 13ª Vara Federal do Paraná escreveu que Eduardo Cunha “traiu o seu mandato parlamentar” e que a sua culpabilidade é “elevada”. “A responsabilidade de um parlamentar federal é enorme e, por conseguinte, também a sua culpabilidade quando pratica crimes. Não pode haver ofensa mais grave do que a daquele que trai o mandato parlamentar e a sagrada confiança que o povo nele deposita para obter ganho próprio”, escreveu o magistrado.
O caso está nas mãos de Moro desde setembro de 2016, quando o ministro falecido do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki encaminhou o processo à Justiça de primeiro grau após Cunha ter o mandato cassado no plenário da Câmara dos Deputados. No mês seguinte, o juiz do Paraná determinou a sua prisão preventiva — desde então, ele está preso em Curitiba e deve continuar durante a fase recursal, segundo a decisão de hoje.
Cunha é acusado de ser o beneficiário de 1,5 milhão de dólares em relação aos negócios escusos na África. De acordo com a denúncia da procuradoria, esse montante foi “ocultado” em repasses a contas no exterior em nome de offshores ou trusts que abasteciam os cartões de crédito internacionais usados pelo parlamentar e por seus familiares.
Segundo a investigação, a Petrobras pagou 34,5 milhões de dólares por 50% do bloco de exploração à Compagnie Béninoise des Hydrocarbures (CBH), que repassou 10 milhões de dólares a empresas do lobista João Augusto Henriques. Apontado como operador do PMDB na Petrobras, também preso e réu na Lava Jato, Henriques teria sido o responsável por encaminhar a propina ao ex-parlamentar. Conforme os autos, o negócio gerou um prejuízo de 77,5 milhões de dólares à Petrobras, soma baseada em cálculos da Comissão Interna de Apuração da companhia estatal.
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Eduardo Cunha sempre negou as acusações. Em interrogatório a Moro, ele disse que a venda em Benin foi um “ato de burrice” e não de corrupção e explicou que o patrimônio que mantinha fora do país foi construído no final dos anos 1980, quando, segundo ele, atuava no comércio internacional. “Os saldos foram crescendo à medida que eu fui tendo resultados no comércio exterior, eu fazia muita venda de produtos”, disse o ex-deputado.
1/45 Ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) (Ueslei Marcelino/Reuters)
2/45 Cunha: isolamento de cinco dias na cela como punição por recusar-se a fazer exame médico (Paulo Lisboa/Brazil Photo Press/Folhapress)
3/45 O ex-deputado Eduardo Cunha (à esq.) chega à sede da Justiça Federal, em Curitiba (PR), para prestar depoimento ao juiz Sérgio Moro - 07/02/2017 (Paulo Lisboa/Brazil Photo Press/Folhapress)
4/45 “Ele (Funaro) me disse: ‘Estamos trabalhando com os deputados. Estamos financiando 140 deputados’. Fiquei até assustado. ‘Porque vamos fazer o Eduardo presidente da Casa’.” (Heuler Andrey/AFP)
5/45 Eduardo Cunha (PMDB-RJ) concede entrevista coletiva em sua residência oficial, em Brasília (DF) (Evaristo Sa/AFP)
6/45 O ex-deputado e ex-presidente da Câmara, cassado em setembro, Eduardo Cunha, vota na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro - 02/10/2016 (Wilton Júnior/Protegido: Estadão Conteúdo)
7/45 O deputado afastado e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) concede entrevista após o plenário da Câmara cassar o seu mandato por 450 votos a favor, 10 contra e nove abstenções (Dida Sampaio/Protegido: Estadão Conteúdo)
8/45 Por 450 votos, o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) teve seu mandato cassado (JOEL RODRIGUES/FRAMEPHOTO/Protegido: Estadão Conteúdo)
9/45 Por 450 votos, o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) teve seu mandato cassado (Luis Macedo/Câmara dos Deputados)
10/45 Por 450 votos, o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) teve seu mandato cassado (Adriano Machado/Reuters)
11/45 Por 450 votos, o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) teve seu mandato cassado (Adriano Machado/Reuters)
12/45 Eduardo Cunha durante coletiva em Brasília (Alan Marques/Folhapress/Folhapress)
13/45 Eduardo Cunha e a esposa Cláudia Cruz (VEJA.com/VEJA/VEJA)
14/45 O presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), comparece ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), para fazer sua defesa. Cunha é alvo de um processo por quebra de decoro por supostamente ter ocultado contas bancárias secretas no exterior e de ter mentido sobre a existência delas em depoimento à CPI da Petrobras - 19/05/2016 (Antonio Cruz)
15/45 Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados (Yasuyoshi Chiba/AFP)
16/45 Eduardo Cunha faz sua defesa no plenário da Câmara dos Deputados antes do início da votação que decide pela sua cassação - 12/09/2016 (Fabio Rodrigues Pozzebom)
17/45 Michel Temer e Eduardo Cunha (Antonio Cruz/Agência Brasil)
18/45 Reação do ex-deputado Eduardo Cunha durante sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), em Brasília (Adriano Machado/Reuters)
19/45 O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), durante coletiva de imprensa (Ueslei Marcelino/Reuters)
20/45 O ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), após sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), em Brasília (DF) - 13/07/2016 (Adriano Machado/Reuters)
21/45 Eduardo Cunha (PMDB-RJ) concede entrevista coletiva em sua residência oficial, em Brasília (DF), sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de afastá-lo da presidência da Câmara e também suspender seu mandato eletivo como deputado federal - 05/05/2016 (Wilton Junior/Protegido: Estadão Conteúdo)
22/45 O presidente afastado da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) - 04/05/2016 (Pedro Ladeira/Folhapress)
23/45 O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), se dirige ao Senado Federal, para entregar o pedido de impeachment de Dilma Rousseff, ao presidente do Senado, Renan Calheiros - 18/04/2016 (Andressa Anholete/AFP)
24/45 Eduardo Cunha (PMDB-RJ) concede entrevista coletiva em sua residência oficial, em Brasília (DF) (Ueslei Marcelino/Reuters)
25/45 O ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB) durante sessão de discussão do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, no plenário da Câmara - 16/04/2016 (Evaristo Sa/AFP)
26/45 Eduardo Cunha (PMDB-RJ) concede entrevista coletiva em sua residência oficial, em Brasília (DF) (Ueslei Marcelino/Reuters)
27/45 Eduardo Cunha em seu gabinete (Pedro Ladeira/Folhapress)
28/45 Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e a mulher Claudia Cruz, recebem a visita do príncipe japonês Akishino, filho mais novo do imperador do Japão (Pedro Ladeira/Folhapress)
29/45 O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preside sessão de votação do Projeto de Resolução 134/16, que determina o recálculo da proporcionalidade partidária para a composição de comissões - 27/04/2016 (Fabio Rodrigues Pozzebom)
30/45 O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi alvo de um "banho" de notas falsas de dólar enquanto concedia entrevista no Salão Verde da Câmara - 04/11/2015 (Dida Sampaio/Protegido: Estadão Conteúdo)
31/45 Eduardo Cunha durante coletiva na Câmara em Brasília (Ueslei Marcelino/Reuters)
32/45 O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, recebe o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff das mãos de Maria Lúcia Bicudo (filha de Hélio Bicudo) e o advogado Miguel Reale Jr, com a presença da oposição, em cerimônia no gabinete da presidência (Alan Marques/Folhapress)
33/45 Ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), durante eleição da comissão que irá analisar o processo de impeachment de Dilma Rousseff, em Brasília (DF) (Andressa Anholete/AFP)
34/45 O ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) durante coletiva de imprensa em Brasília(DF) - 17/12/2015 (Joedson Alves/Reuters)
35/45 O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e a mulher Claudia Cruz (Pedro Ladeira/Folhapress)
36/45 O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, anuncia rompimento com o governo, durante entrevista - 17/07/2015 (Antonio Cruz)
37/45 A presidente Dilma Rousseff e o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em cerimônia comemorativa do Dia do Exército e de Imposição da Comenda da Ordem do Mérito Militar, em quartel-general do Exército, em Brasília (DF) – 16/04/2015 (Pedro Ladeira/Folhapress)
38/45 Eduardo Cunha e Renan Calheiros (Ueslei Marcelino/Reuters)
39/45 Eduardo Cunha vence votação na Câmara dos deputados (VEJA.com/Reuters)
40/45 Aliados de Eduardo Cunha comemoram a eleição do deputado do PMDB para presidente da Câmara (Rodolfo Stuckert/Câmara dos Deputados/Divulgação)
41/45 O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o deputado Paulinho da Força (e), durante evento na praça Campo de Bagatelle, na zona norte de São Paulo, nesta sexta-feira (1°), durante as celebrações do Dia do Trabalho, promovido pela Força Sindical, com diversos shows gratuitos (Eduardo Knapp/Folhapress)
42/45 Eduardo Cunha e Dilma Rousseff (VEJA.com/Divulgação)
43/45 Eduardo Cunha, então deputado federal, durante apresentação de Marcos Tosta aos parlamentares do PPB-RJ, no Rio de Janeiro - 1993 (Frederico Rozário/Folhapress)
44/45 Eduardo Cunha, então presidente da estatal Telerj, em 1993 (Frederico Rozário/Folhapress)
45/45 Eduardo Cunha, então presidente da Cehab-RJ, 2000 (Paulo Araújo)
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