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Moro confisca tríplex, multa Lula e o proíbe de ter cargo público

Petista terá de pagar R$ 699.700 de multa e reparar erário em R$ 16 milhões, junto com outros réus; decisões dependem de confirmação em segunda instância

Por Da Redação
Atualizado em 4 jun 2024, 19h18 - Publicado em 12 jul 2017, 19h52
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  • Além de condenar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a nove anos e seis meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, o juiz Sergio Moro determinou outras punições no processo envolvendo o tríplex do Guarujá: confiscou o imóvel, fixou multas e reparação de danos e determinou a interdição do petista para ocupar cargos públicos.

    Foram aplicadas duas multas a Lula, que somam 699.700 reais, sendo uma para o crime de corrupção passiva (543.000 reais) e outra, para o crime de lavagem de dinheiro (126.700 reais). As autuações foram calculadas com base na renda do ex-presidente, que foi de 952.814 reais no ano passado, apenas com lucros e dividendos recebidos da LILS Palestras.

    Além da multa, o juiz também determinou a reparação dos danos causados ao erário pelos condenados – Lula e ex-diretores da OAS – e fixou este valor em 16 milhões de reais, que seria o montante destinado pela empreiteira a uma conta corrente reservada ao PT – o valor terá de ser corrigido e acrescido de juros de 0,5% ao mês a partir de dezembro de 2009.

    Outra determinação de Moro foi o confisco do apartamento 164-A, tríplex do Condomínio Solaris, no Guarujá, que seria destinado a Lula como parte de propina paga pela OAS em contratos da Petrobras.

    “Considerando que o apartamento (…) é produto de crime de corrupção e de lavagem de dinheiro, decreto o confisco (…). A fim de assegurar o confisco, decreto o sequestro sobre o referido bem”, escreveu o juiz, esclarecendo que o imóvel não pode nem “mais ser considerado como garantia em processos cíveis”.

    Na sentença, o magistrado ainda determinou a “interdição para o exercício de cargo ou função pública” do ex-presidente e do empreiteiro Léo Pinheiro por sete anos*. A medida imposta por Moro não afeta, contudo, os direitos políticos do petista e a possibilidade de uma candidatura dele nas eleições de 2018.

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    O advogado criminalista Gustavo Badaró afirma que a eficácia da interdição será suspensa a partir do recurso da defesa de Lula ao TRF4 e, assim como a pena determinada por Moro, só entrará em vigor caso a segunda instância a confirme. Neste caso, Lula se tornaria inelegível pela Lei da Ficha Limpa, poderia ser preso e estaria afastado das funções públicas pelo período estipulado pelo magistrado.

    “[A medida] não inclui a questão do mandato eletivo. Lula não poderia, por essa restrição, por exemplo, exercer a função de ministro ou prestar concurso público, mas se candidatar ele pode”, explica Badaró.

    * Ao contrário do publicado inicialmente neste texto, Moro determinou a interdição de Lula para exercício de cargo ou função pública pelo prazo de 7 anos, e não de 19 anos. A punição corresponde ao dobro da pena aplicada ao petista pelo crime de lavagem de dinheiro, de 3 anos e 6 meses, e não da pena total, de 9 anos e 6 meses. 

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