Para 31 milhões de eleitores, Lula era o melhor candidato para ocupar a Presidência da República já em 1989. Responsável pela Operação Lava-Jato, Sergio Moro também pensava assim. Estudante secundarista de Maringá, ele votou pela primeira vez aos 17 anos. Seu candidato preferido não passou do primeiro turno. Entre Lula e Fernando Collor, os dois finalistas, Moro não teve dúvida. Três décadas depois, os nomes dos dois ex-presidentes apareceram no gabinete do juiz, em Curitiba, envolvidos no maior escândalo de corrupção da história. Collor, que ganhou a eleição em 1989 e sofreu impeachment três anos depois, foi apanhado recebendo propina e seu caso, enviado ao Supremo Tribunal Federal.
O caso de Lula permaneceu sob os cuidados da Justiça Federal do Paraná, onde ele foi condenado por Sergio Moro por corrupção e lavagem de dinheiro. Com a negativa do Supremo de conceder um habeas-corpus ao ex-presidente, coube ao juiz emitir a ordem de prisão para que o petista começasse a cumprir a pena.
Atacado por petistas e simpatizantes do ex-presidente desde o início da Lava-Jato, Moro sentiu na pele as consequências de enfrentar interesses poderosos. Ele não gosta de falar sobre o tema, mas, a pessoas próximas, reclama da falta de privacidade desde que passou a receber a proteção de agentes da Polícia Federal. Um simples passeio com os filhos é sempre uma operação delicada. Além de ter os agentes por perto, Moro é instado a usar disfarces para não ser reconhecido.
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