‘Moro de saias’, Selma Arruda se filia ao Podemos
Senadora, que deixou o PSL após brigas internas pelo apoio à CPI da Lava Toga, é a 11ª senadora da legenda, que se consolida como segunda maior da Casa
A senadora Selma Arruda (MT) se filiou, nesta quarta-feira, 18, ao Podemos. Ela deixou o PSL após brigas internas e pressões contra a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Lava Toga, que visa investigar o chamado “ativismo judicial” de membros de tribunais superiores. O destino de Selma já havia sido antecipado pela coluna Radar.
Mais votada no Mato Grosso, Selma Arruda, conhecida como “Moro de saias”, está em seu primeiro mandato. Ela é a 11ª senadora da bancada do Podemos, hoje a segunda maior no Senado, atrás apenas do MDB, que tem 13 parlamentares. Na semana passada, migrou para o partido o senador Antonio Reguffe, que estava sem partido desde 2016, quando deixou o PDT.
Após a filiação, o senador Major Olimpio (PSL-SP) afirmou, em discurso, que o partido do presidente Jair Bolsonaro “perde muito” com a saída de Selma Arruda. “Como integrante, logicamente, estou entristecido pela decisão da saída da Selma. Mas, por outro lado, fiz questão de estar aqui presente para dizer sobre a altivez e a coragem moral da senadora Selma”, disse Olimpio.
Segundo o líder do PSL no Senado, a senadora ajudou “decisivamente” na eleição de Bolsonaro, e optou pela saída em um momento “extremamente delicado”, fazendo alusão ao apoio dos senadores do PSL à CPI da Lava Toga. O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), o único a não assinar o requerimento do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), discutiu por telefone com Selma Arruda, como revelou VEJA.
“Ela sai porque está do lado certo. Ela sai porque está alinhada com os compromissos que levaram o Jair Bolsonaro à Presidência, que são o comprometimento com a lei e com o combate à corrupção”, disse, ao lado da bancada do Podemos no Senado e da presidente nacional do partido, a deputada federal Renata Abreu (SP).
Em seu discurso, Major Olimpio disse, ainda, que o Podemos é um “partido de irmãos”. O senador, um dos apoiadores de primeira hora do bolsonarismo, não esconde sua insatisfação dentro do PSL, e está no radar do partido.
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