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Moro é eleito senador no Paraná e já mira candidatura em 2026

Ex-juiz da Lava-Jato desbancou padrinho político e pavimenta caminho para tentar a Presidência da República em 2026

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 2 out 2022, 23h57 - Publicado em 2 out 2022, 20h19
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  • A disputa nas urnas neste domingo era considerada um divisor de águas para o projeto político-eleitoral do ex-ministro Sergio Moro (União Brasil). Era a partir da expectativa de vitória como candidato ao Senado pelo Paraná, de preferência com uma votação expressiva, que o ex-juiz da Lava-Jato traçava planos e contava pavimentar o caminho para voltar a tentar disputar a Presidência da República em 2026. Seus auxiliares mais próximos acreditavam que, eleito, ele pode se firmar como a principal voz oposicionista ao presidente da República – qualquer que fosse ele -, negociar protagonismo em comissões importantes do Senado, como a de Constituição e Justiça, e se apresentar ao eleitor como um candidato menos inexperiente e politicamente viável na próxima corrida presidencial.

    Aberta a contagem da votação deste domingo, Sergio Moro garantiu a primeira grande vitória de sua curta carreira política e derrotou o ex-padrinho político Alvaro Dias (Podemos), que tentava o quarto mandato como senador. Ex-ministro, ex-juiz, ex-presidenciável e ex-candidato por São Paulo, Sergio Moro teve, com 99,64% das urnas apuradas, 33,53% dos votos dos eleitores paranaenses na disputa pelo Senado, bateu Dias, que teve 23,93%, e o candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), Paulo Martins (PL), que chegou a 29,13%.

    Confira a apuração do resultado das eleições 2022 aqui na Veja

    Com o resultado, não captado pelas pesquisas de intenção de votos – até a véspera deste domingo o cenário era de empate técnico com Alvaro Dias – Sergio Moro deve usar o mandato parlamentar para se apresentar como presidenciável na próxima disputa eleitoral. Com a exposição pública que um cargo eletivo poder lhe proporcionar, ele tem planos – paralelos ao dia a dia nos corredores do Senado – de abrir uma espécie de think tank e vender palestras sobre combate à corrupção, jogando luz sobre a pauta que lhe deu fama na Lava-Jato.

    A vitória deste domingo interrompe uma sucessão de revezes de Moro, que foi considerado parcial ao julgar o ex-presidente Lula no escândalo do petrolão, implodiu pontes com o bolsonarismo ao deixar o governo, no início de 2020, acusando o presidente de tentar interferir politicamente na Polícia Federal para blindar a família e, na eleição, viu dois partidos políticos lhe negarem legenda para concorrer ao Planalto. Entre os integrantes da campanha morista, não foram poucos os que o aconselharam a concorrer a deputado federal, e não a senador. O cálculo levava em conta as diversas derrapadas no projeto eleitoral do ex-juiz, que acumulou desgastes no ex-partido Podemos e rejeição de uma parcela importante no atual, o União Brasil, mas também o simbolismo de não ter de bater de frente com Alvaro Dias, que empunhava há anos a bandeira da Lava-Jato no Congresso. O conselho foi devidamente ignorado.

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