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‘Moro é vítima. Não se pode acusar a vítima’, diz Eduardo Bolsonaro

Ao tomar posse como presidente do PSL-SP, filho do presidente classifica como 'esdrúxula' movimentação da oposição para criar CPI que investigue o ministro

Por Edoardo Ghirotto
Atualizado em 11 jun 2019, 15h02 - Publicado em 10 jun 2019, 21h31
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  • O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) afirmou nesta segunda feira, 10, que o governo não cogita a saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça e Segurança Pública em função do teor das conversas vazadas entre o ex-juiz e o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava-Jato, pelo site The Intercept Brasil.

    Nas reportagens veiculadas pelo site, Moro orienta Dallagnol sobre um possível informante a ser ouvido em uma investigação sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva; indaga sobre o que seria um intervalo de tempo longo entre uma fase e outra da operação e palpita sobre o momento de deflagrar as ações.

    “O Moro está seguro no cargo. Ele é vítima. Não se pode acusar a vítima”, disse a VEJA o mais novo entre os filhos políticos do presidente Jair Bolsonaro, após ser empossado como presidente do PSL paulista, em um hotel em São Paulo.

    Em coletiva de imprensa, Eduardo declarou que “[os vazamentos] são fatos anteriores à vinda do Moro ao governo Bolsonaro. Não me cabe fazer juízo de valor sobre isso. É um assunto sensível, devido à forma criminosa como foram feitos os vazamentos”.

    O deputado federal classificou como “esdrúxula” a tentativa da oposição de instaurar uma CPI para apurar eventuais malfeitos de Moro no período em que o agora ministro despachava na 13ª Vara Federal de Curitiba. “As pessoas que mais reclamavam de vazamentos agora estão querendo validar isso. Acho que não vai prosperar”, afirmou.

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    Eduardo Bolsonaro disse ainda que ainda não leu o conteúdo publicado pelo The Intercept Brasil, mas afirmou não ter como confiar no veículo de comunicação fundado pelo jornalista americano Glenn Greenwald, vencedor do Pulitzer pelas revelações que fez no caso Edward Snowden. Eduardo declarou também que as conversas “vieram à tona de forma suspeita, algo arquitetado para desgastar o governo”, e que, na internet, muita coisa é “montagem”.

    Ao assumir a presidência do PSL em São Paulo, o filho de Jair Bolsonaro substituiu o senador Major Olímpio, que renunciou ao cargo. A cerimônia também deu posse à nova executiva estadual, composta por aliados de Eduardo.

    Não compareceram ao evento nomes importantes da sigla no estado, como o deputado Alexandre Frota, que contesta a chegada de Eduardo à presidência da ala paulista do PSL, a deputada Joice Hasselmann, líder do governo no Congresso e uma das postulantes à candidatura do partido para a prefeitura de São Paulo em 2020, e a deputada estadual Janaína Paschoal.

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    Bolsonaro não comenta

    Enquanto seu filho Zero Três falou abertamente sobre o vazamento de diálogos entre Sergio Moro e Deltan Dallagnol, o presidente Jair Bolsonaro passou o dia sem comentar as reportagens do The Intercept Brasil. Bolsonaro ficou até por volta das 15 horas desta segunda no Palácio do Planalto, em despachos com ministros, e, às 16 horas, participou da cerimônia de vinte anos de criação do Ministério da Defesa.

    O porta-voz da Presidência da República, general Otávio Rêgo Barros, informou no início da noite desta segunda-feira que o presidente não vai se pronunciar sobre o caso e deve se reunir com Moro nesta terça-feira, 11, para tratar do assunto.

    “Como o nosso presidente não teve a oportunidade de compartilhar o conhecimento dos fatos junto ao ministro Sergio Moro, por consequência o governo não tem nenhum planejamento de momento para o fato”, disse o porta-voz, que respondeu aos jornalistas não saber se o presidente leu as reportagens.

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