O presidente em exercício, Hamilton Mourão, declarou nesta terça-feira, 22, que o “único problema” do senador eleito Flavio Bolsonaro (PSL-RJ) é o sobrenome. Filho do presidente Jair Bolsonaro, o parlamentar é citado em relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que detectou movimentações financeiras atípicas, com indícios de lavagem de dinheiro e ocultação de bens, em contas bancárias de servidores e ex-servidores da Assembleia Legislativa do Rio.
“O único problema do senador Flavio qual é? Sobrenome, né?”, disse Mourão, ao ser perguntado sobre o caso. Inicialmente, o presidente em exercício destacou que se distanciaria de comentar as suspeitas envolvendo ex-auxiliares do parlamentar. “Este assunto, meu amigo, estou fora já dele.”
Perguntado se as movimentações financeiras também seriam um problema, o presidente em exercício disse que há outros parlamentares da Assembleia Legislativa do estado que também são investigados na esfera cível por suspeita de improbidade administrativa. “Há essa repercussão toda pelo sobrenome dele, assim como tem mais outros 25 deputados que são investigados por problemas similares.”
Para Mourão, é preciso aguardar as investigações e a Justiça. Ele não quis comentar a informação do jornal de que o senador eleito empregou, em seu gabinete, a mãe e a mulher do capitão Adriano Magalhães da Nóbrega, um dos alvos da operação contra uma milícia que atua em bairros da Zona Oeste do Rio — o grupo já foi citado por suposta participação no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ).
“Não compete a mim analisar, o.k.? O governo está tranquilo, este não é um fato que nos interesse, por enquanto. Quando passar a interessar, será divulgado quando for necessário.”