Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

Mulher de suspeito do caso Marielle nega relação com família Bolsonaro

Dona do carro usado por Élcio de Queiroz na noite em que a vereadora foi assassinada diz que porteiro se confundiu no depoimento prestado à Polícia Civil

Por Edoardo Ghirotto
Atualizado em 30 jul 2020, 19h36 - Publicado em 30 out 2019, 14h29

A mulher de Élcio de Queiroz, um dos suspeitos envolvidos no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, disse que o marido não frequentava a casa de Jair Bolsonaro e nunca nem teve relação com a família do presidente. Suzana Lameira de Souza de Queiroz afirmou a VEJA que o porteiro do condomínio Vivendas da Barra, para onde Élcio de Queiroz se dirigiu horas antes da morte de Marielle, se confundiu ou mentiu ao dizer para a Polícia Civil que o marido havia pedido para ir à casa de Bolsonaro.

Está registrado no nome de Suzana o carro de modelo Logan, placa AGH 8202, que Élcio de Queiroz dirigiu até o Vivendas da Barra na noite de 14 de março de 2018, quando Marielle e Anderson foram mortos. Neste condomínio estão localizadas as casas de Bolsonaro e Ronnie Lessa, o suspeito de ter disparado contra as vítimas. Registros da portaria mostram que, no dia do crime, Élcio de Queiroz anunciou que iria visitar a residência de Bolsonaro, mas se encaminhou para a de Ronnie Lessa.

À polícia, o porteiro disse que ligou para a casa 58 e que uma pessoa, que ele identificou como “seu Jair”, liberou a entrada de Élcio de Queiroz. O suspeito, no entanto, foi até a casa 66, onde mora Lessa. O porteiro afirmou ter telefonado novamente, e o mesmo “seu Jair” teria dito que sabia para onde ele estava indo, segundo reportagem exibida na terça-feira 29 pela TV Globo. Bolsonaro não estava no Rio e registrou presença em duas votações realizadas naquele dia na Câmara dos Deputados.

“Por infelicidade do fato que está ocorrendo, o meu compadre residia junto com a minha comadre no mesmo condomínio do Jair Bolsonaro. Nós nunca tivemos contato nenhum com ele. Quando chegávamos lá, ocorria de ele estar passando com a filha para ir à praia e voltar, mas quem costumava ver eram as nossas crianças. Eu nunca consegui vê-lo. Meu esposo muito menos. Isso que está sendo cogitado, de que ele chegou e falou que ia na casa do Bolsonaro… Isso, infelizmente, é tudo mentira”, disse Suzana de Queiroz.

Ela afirmou que a casa de Lessa, na verdade, tinha uma numeração dupla: 65/66. “Foi uma confusão do porteiro”, disse. “Com a família Bolsonaro nunca tivemos relação nenhuma.”

Continua após a publicidade

Ela contou ter assistido nesta quarta-feira, 30, ao vídeo em que o vereador Carlos Bolsonaro mostrou a gravação do que seria um diálogo entre Lessa e o porteiro para autorizar a entrada de Élcio de Queiroz no condomínio. “Nada melhor do que a gravação para mostrar quem atendeu. Foi meu compadre. O porteiro diz uma coisa, mas o que vocês viram na gravação é outra totalmente diferente”, disse. Não há como garantir o local em que Carlos gravou as chamadas e o vídeo.

Sobre a foto que Élcio de Queiroz havia postado com Bolsonaro nas redes sociais, Suzana afirmou que ela ocorreu após um encontro fortuito num batalhão onde o marido trabalhava. “Meu marido não gosta de tirar foto com ninguém, nem com os filhos. Fiquei surpresa de ele ter tirado essa foto. O mais engraçado é que ele postou cortando as cabeças. Ele deve ter tirado porque outros amigos estavam tirando, mas nada além disso”, declarou.

Suzana afirmou que o marido é amigo desde os 8 anos de idade de Elaine Lessa, mulher do outro suspeito de envolvimento nas mortes e que foi presa no início de outubro sob a acusação de ocultar armas que teriam sido usadas no crime. “Nós estávamos sempre juntos. Nossas filhas têm diferença de quatro dias”, disse. Ela afirma não saber quem é o porteiro que fez a citação a Bolsonaro.

Continua após a publicidade

A mulher de Élcio de Queiroz também alegou que tanto ele quanto Ronnie Lessa não são responsáveis pela morte de Marielle Franco. “Cada hora é uma notícia que chega, uma coisa que inventam. Eles não têm prova nenhuma”, disse. “Só mesmo o que inventam. Ficamos desse lado rindo de tudo que é comentado, porque nada disso é verdade.”

Na noite de 14 de março, ela afirma que ficou em casa com os filhos e com uma comadre que havia feito uma cirurgia. “O Élcio sempre saía para beber com o Ronnie quando tinha jogo de futebol. Eu já estava acostumada de ele ir para lá e virar um, dois ou três dias. Ele voltou para casa no mesmo dia, de madrugada, como sempre fazia”, declarou. “Espero que sejam encontrados os verdadeiros assassinos e os mandantes. Tenho 100% de certeza que não foram eles.”

Polícia Civil e o Ministério Público do Rio apuram se o porteiro mentiu em seu depoimento. Uma fonte relatou a VEJA que o porteiro prestou dois depoimentos. No primeiro, contou que ligou para casa de Bolsonaro. No segundo, confrontado com o áudio da conversa, manteve a versão, mas deixou dúvidas nos investigadores em relação à veracidade da informação prestada. A menção ao nome de Bolsonaro pode fazer o Supremo Tribunal Federal assumir a apuração da morte de Marielle.

Publicidade

Imagem do bloco
Continua após publicidade

4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

Continua após publicidade

Vejinhas Conteúdo para assinantes

Continua após publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.