Mulher que estava nua no colo de juiz diz que tentou assumir volante antes de atropelamento

Juiz aposentado que atropelou pedestre foi solto após pagar fiança, mas responde por homicídio culposo

Por Redação 2 ago 2025, 14h33 • Atualizado em 2 ago 2025, 14h40

Veículo da Polícia Civil de São Paulo (Governo de São Paulo/Divulgação)

A mulher que estava na caminhonete que atropelou a ciclista Thais Bonatti de Andrade, de 30 anos, em Araçatuba (SP), disse à polícia que tentou assumir o volante do veículo ao perceber que o condutor, o juiz aposentado Fernando Augusto Fontes Rodrigues Junior, estava embriagado.

A mulher que acompanhava o juiz estava nua em seu colo no momento do acidente de trânsito, que culminou na morte de Thais, no último dia 24. A vítima foi internada em estado grave após o acidente, mas faleceu na Santa Casa de Araçatuba dois dias depois. A jovem de 30 anos trabalhava como auxiliar de cozinha. O caso foi apurado pelo jornal O Estado de S. Paulo.

A mulher que estava nua, de 25 anos, disse às autoridades que já conhecia o magistrado, de 61 anos. Os dois foram a uma boate na noite anterior, onde consumiram bebidas alcoólicas. Em depoimento, a mulher disse que o dono da boate teria oferecido um serviço de Uber ao notar que o juiz estava embriagado, mas ele recusou.

Rodrigues Junior guiou a caminhonete, uma Ford Ranger, na contramão em um trecho do trajeto, mas sem causar acidentes. O condutor apresentava “sinais claros de embriaguez, como fala enrolada, olhos vermelhos, dificuldade para andar, odor etílico e comportamento desorientado”, descreveu o policial militar chamado após o atropelamento de Thais.

O ex-juiz, que foi preso em flagrante, negou que tivesse ingerido álcool durante o período que passou na boate, em seu depoimento à polícia. O magistrado foi autuado por lesão corporal culposa, mas foi colocado em liberdade no dia seguinte ao acidente, após pagar uma fiança de 40 mil reais. Hoje, ele responde por homicídio culposo, está com a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) suspensa e não pode sair do município sem autorização da Justiça.