Em dia decisivo de votação pela Câmara dos Deputados sobre o futuro do presidente Michel Temer (PMDB), a Esplanada dos Ministérios segue em ritmo absolutamente comum, sem qualquer sinal de manifestantes. O que se vê na manhã desta quarta-feira no entorno do Congresso são mobilizações de alguns poucos policiais e de carros de emissoras de TV, sem a necessidade de se fazer nenhum tipo de bloqueio no fluxo de quem passa pelo local.
Diferentemente do que se viu em outras datas de mobilizações e votações importantes em Brasília, a polícia nem sequer adotou a estratégia de espalhar alambrados de aço em volta do gramado do Congresso, como vinha fazendo em ocasiões de decisões como a de hoje, quando se avalia a denúncia por corrupção passiva contra Temer, o primeiro presidente da República a ser alvo de acusação formal por um crime comum durante o exercício do mandato.
As tradicionais concentrações de manifestantes nas proximidades da rodoviária central da cidade e da Biblioteca Nacional também não deram sinais até o momento. Não há registros de bloqueios no trânsito ou qualquer tipo de paralisação no entorno da capital federal.
Na Esplanada dos Ministérios, apenas um manifestante: o empresário mineiro André Houglas, de 56 anos, fazia o seu protesto solitário. “Na época da Dilma eu estava pedindo para que o Temer ficasse. Hoje eu quero que o Temer saia. Sou contra a corrupção”, diz o manifestante solitário. “O povo reclama, mas, em um ato tão necessário, não está aqui. Um absurdo”.
(Com Estadão Conteúdo)