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Nota do PSDB sobre Temer e Aécio abre nova crise no partido

Comunicado assinado por Mario Covas Neto, do diretório paulistano da sigla, diz que encontros do senador com o presidente causam 'desconforto e embaraços'

Por Da redação
20 ago 2017, 21h13
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  • Uma nota na qual o diretório do PSDB paulistano critica o encontro entre o senador Aécio Neves (MG) e o presidente Michel Temer, que aconteceu na sexta-feira, abriu uma nova crise no partido. A nota emitida neste domingo pelo vereador Mario Covas Neto, presidente do diretório municipal da sigla, afirmou que a presença de Aécio em reuniões com Temer causava “desconforto e embaraços”. “Prove sua inocência, senador, e aí sim retorne ao partido”, escreveu. No texto, o vereador afirmou que o único que pode falar em nome da sigla é o presidente em exercício, o senador Tasso Jereissati (CE).

    O movimento do vereador não encontrou respaldo entre outras lideranças tucanas. Procurado pelo jornal O Estado de S.Paulo, Pedro Tobias, presidente estadual da sigla, defendeu que Aécio tem o direto de participar de encontros com Temer como senador e cidadão. “Acho lamentável”, disse Tobias, sobre a nota do diretório municipal. “Aécio foi sem representar o partido, já que está afastado. Ainda não foi condenado, é senador da República”, argumentou.

    José Aníbal, presidente do Instituto Teotônio Vilela, considerou a nota “uma coisa totalmente fora de propósito”. “Quem fala em nome do PSDB somos todos nós, qualquer coisa diferente disso é censura. O Aécio é senador por Minas e se reuniu com o presidente para tratar da Cemig”, afirmou. Ainda sobre a nota, Aníbal reiterou: “o PSDB não pode conviver com esse tipo de censura”.

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    Em nota, Aécio Neves disse ter tratado de interesses da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) no último encontro com Temer, na sexta. “O PSDB tem responsabilidade para com a estabilidade política e a recuperação econômica do país, o que torna natural que lideranças do partido tenham conversas com o presidente e membros do governo”, diz o texto.

    A nota de Aécio afirma que as questões internas do PSDB são travadas internamente, “sem qualquer participação do governo ou do presidente”.

    Mário Covas Neto também passou a ser alvo de ataques do diretório do PSDB de Minas. “É muita infelicidade o vereador entrar em um assunto que ele desconhece e que é de importância para os mineiros”, disse o presidente do diretório, deputado federal Domingos Sávio.

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    Sávio também divulgou nota em que sugere que o vereador seja uma figura pouco expressiva dentro do partido. “Ele, que já foi alvo de acusações extremamente graves, que espero sejam injustas, devia ter aprendido que cabe a quem acusa ônus da prova”, escreveu o deputado, sem citar o caso em questão.

    (Com Estadão Conteúdo)

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