Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

Novo delator diz que Eike pagou propina a Cunha

Segundo empresário, ex-executivo da Caixa, indicado por deputado cassado, acertou investimento de 750 milhões de reais em empresa de Eike

Por Da redação
Atualizado em 4 jun 2024, 19h38 - Publicado em 20 fev 2017, 12h33

O empresário Alexandre Margotto confirmou, em delação premiada, que o empresário Eike Batista pagou propina ao corretor Lúcio Funaro e ao deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para que o fundo de investimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FI-FGTS) investisse, em 2012, 750 milhões de reais na empresa LLX Açú Operações Portuárias S.A.

Criada em março de 2007, a empresa fez parte do grupo EBX, de Eike, e atualmente é controlada pelo grupo EIG, que adquiriu 53% do capital social da LLX Logística S.A., mudando o nome para Prumo Logística S.A. Em sua delação, Margotto relatou aos investigadores as “ilicitudes envolvendo o investimento do FGTS na empresa LLX, bem como envolvendo o empresário/executivo Eike Batista”. Em depoimento gravado em vídeo, disse que Funaro não mantinha relações com Eike e que o empresário não conseguiria “um real” na Caixa sem sua ajuda.

De acordo com o delator, o corretor se “enaltecia” do suposto “poder de veto” que tinha nas liberações de valores do FI-FGTS. Lúcio Funaro teria avisado Fabio Cleto, ex-vice-presidente de Fundos e Loterias da Caixa, indicado por Cunha e que tinha poder de veto no comitê que decide os aportes do fundo, “para não fazer nada, não assinar nada” com as empresas de Eike. “Se ele acha que tem a turma do PT, ele vai ver a dificuldade que terá para pegar esse empréstimo”, teria dito Funaro ao delator.

Na versão de Margotto, a situação teria mudado após um jantar entre o corretor e Eike, em Nova York. A reunião, revelada a ele pelo corretor, teria sido intermediada por Joesley Batista, da holding J&F, que também teria participado do encontro. Batista nega.

Ainda segundo as declarações do delator, após Funaro lhe contar sobre o encontro, Fabio Cleto teria confidenciado que Cunha deu ordens para que o aporte do FGTS na empresa de Eike tivesse seguimento. Assim como a delação de Cleto, Margotto não soube informar o valor recebido por Cunha, mas disse que Lúcio Funaro recebeu ao menos 1,5 milhão de reais na operação.

Continua após a publicidade

Operação

O ex-vice-presidente da Caixa foi o primeiro a revelar os pagamentos indevidos da empresa de Eike para Cunha e Funaro. Em seu depoimento, Fábio Cleto assumiu ter recebido ao menos 240 mil reais e apontou Funaro como operador de Cunha no caso.

Além do esquema entre Eike e Cunha, o novo delator detalhou como o grupo político do PMDB da Câmara, liderado à época por Cunha e pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima, atuava na liberação de valores para empresas junto a órgãos públicos, em especial a Caixa. O acordo de delação veio à público por decisão do juiz Vallisney de Souza, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal.

Defesas

A J&F, por meio de nota, negou a intermediação e também que Joesley Batista tenha participado de qualquer encontro entre Funaro e Eike. Ainda segundo a empresa, suas relações comerciais com Funaro “são lícitas, legais e devidamente documentadas”. A empresa reitera também que está à disposição do Ministério Público Federal (MPF) e da Justiça caso haja algo a acrescentar. Sobre Margotto, a J&F afirma que nenhum de seus executivos “teve ou tem qualquer relação” com ele.

(Com Estadão Conteúdo)

Publicidade

Imagem do bloco

4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

Vejinhas Conteúdo para assinantes

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.