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Do que Bolsonaro me chama é como ele próprio se vê, diz Witzel

Governador do Rio foi chamado de "estrume" por Bolsonaro durante reunião ministerial divulgada hoje pelo STF

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , André Siqueira Atualizado em 22 Maio 2020, 20h29 - Publicado em 22 Maio 2020, 19h59

A cordialidade e a troca de gentilezas entre o presidente Jair Bolsonaro e os governadores verificada no encontro ocorrido na quinta-feira 21 durou pouco. No vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril, divulgado nesta sexta-feira, dia 22, pelo Supremo Tribunal Federal, foram revelados os impropérios distribuídos pelo presidente aos governadores de São Paulo, João Doria (PSDB), – chamado de “bosta” – e do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), chamado de “estrume” por, segundo ele, estarem “aproveitando o vírus”.

Em sua conta no Twitter, Witzel, declarou que “do que ele [Bolsonaro] me chama é essencialmente como ele próprio se vê”.“A falta de respeito de Bolsonaro pelos poderes atinge a honra de todos. Sinto na pele seu desapreço pela independência dos poderes”. 

Doria, por sua vez, reagiu aos xingamentos, escrevendo que o Brasil está “atônito com o nível da reunião ministerial”. “Palavrões, ofensas e ataques a governadores, prefeitos, parlamentares e ministros do Supremo, demonstram descaso com a democracia, desprezo pela nação e agressões à institucionalidade da Presidência da República”, acrescentou o tucano.

O trecho em que Bolsonaro fala sobre os dois governadores é o seguinte: “O que os caras querem é nossa hemorroida, nossa liberdade. Isso é uma verdade. O que esses caras fizeram com o vírus, esse bosta desse governador de São Paulo, esse estrume do Rio de Janeiro, dentre outros, é exatamente isso, aproveitaram o vírus. O bosta do prefeito de Manaus, [Arthur Virgilio (PSDB)], está agora abrindo covas coletivas”.

O tom é bem diferente do adotado pelos dois políticos no encontro por videoconferência ocorrido na quinta-feira, dia 21. Na ocasião, Doria chegou a pedir “união” e “paz” no combate à pandemia a Bolsonaro, que respondeu lhe parabenizando pelas palavras.

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O governador do Maranhão, Flavio Dino (PCdoB), também comentou sobre o encontro do dia 22 de abril, classificando-o como um “repertório inacreditável de crimes, quebras de decoro e infrações administrativas”. “Além de uma imensa desmoralização e perda de legitimidade desse tipo de gente no comando da nossa Nação”, completou.

 

 

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