Fortaleça o jornalismo: Assine a partir de R$5,99
Continua após publicidade

O dilema de Haddad: criticar ou não criticar programas ineficazes

Insustentável, Fies geriu contratos de aproximadamente 110 bilhões de reais entre 2010 e 2022 e tem taxa de inadimplência acima dos 51%

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 1 set 2024, 13h00

No primeiro mandato do presidente Lula, Fernando Haddad ocupava o posto mais alto do Ministério da Educação, cargo a que foi alçado com ares de grande aposta do PT depois do lançamento do Programa Universidade para Todos (ProUni). Cria do partido, o ministro ocupou o comando do MEC também no governo Dilma e, por causa de projetos na área educacional, disputou a prefeitura de São Paulo em 2012 e chegou a integrar a bolsa de apostas de que na sequência poderia levar o cargo de governador de São Paulo.

Padrinho do ProUni, que fornece bolsas de estudo parciais ou integrais a estudantes carentes, e responsável por vitaminar o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), por razões políticas o atual ministro da Fazenda vive uma espécie de dilema depois que o Tribunal de Contas da União (TCU) concluiu em auditoria recente que os dois programas educacionais, vitrine do governo Lula, são historicamente problemáticos.

De acordo com o TCU, o governo não tem informações mínimas sobre o Fies, um monstrengo que, entre 2010 e 2022, geriu contratos de aproximadamente 110 bilhões de reais e tem taxa de inadimplência acima dos 51%. No caso do ProUni, a oferta de vagas não é acompanhada de dados básicos como taxa de empregabilidade, índices de conclusão do curso ou mesmo a qualidade do ensino ofertado pelas faculdades.

Para Haddad, como tanto o ProUni quanto o Fies serviram de trampolim político para o chefe da Fazenda quando, em meados dos anos 2000, ele era apenas um funcionário do MEC, criticá-los agora seria como jogar contra o próprio patrimônio político. A realidade dos números, porém, mostra que o governo deixou de arrecadar 10 bilhões de reais com a repactuação das dívidas de alunos inadimplentes.

De olho no cumprimento do arcabouço fiscal, o ministro anunciou em julho um pente-fino para identificar eventuais fraudes em programas sociais. O governo aposta na caça a irregularidades no Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a idosos e pessoas de baixa renda, para tentar conter a sangria em um benefício que representa desembolsos de quase 100 bilhões de reais ao ano.

Na quarta-feira, 28, a equipe econômica comunicou que o BPC terá cortes de 6,4 bilhões no ano que vem e anunciou que focará em políticas com indícios de fraude e desperdício, como o Seguro Defeso, pago a pescadores na época da piracema. Apesar das críticas feitas pelo TCU quanto à ineficiência do Fies e ProUni, os dois, por enquanto, seguem longe da degola.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 9,98 por revista)

a partir de 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.