Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

O discurso do governo para minar resistências à PEC da Segurança

Às vésperas das eleições, segurança pública é uma das principais preocupações do eleitor e virou pauta obrigatória de pré-candidatos a prefeito

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 14 jul 2024, 16h30
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Às vésperas de o plano de segurança pública do ministro Ricardo Lewandowski ser apresentado aos governadores por ordem do presidente Lula, a equipe do chefe da pasta da Justiça já tem pronto um discurso para minar eventuais resistências ao projeto que amplia os poderes da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e permite que as corporações batam de frente com milícias e organizações criminosas em franca expansão nos estados.

    Ciente de que haverá alegações, ainda que meramente retóricas, de que o governo estaria invadindo a prerrogativa de governos estaduais em administrar as polícias civis e militares, o entorno do ministro tenta se vacinar desde já contra o acirramento do discurso político com a seguinte alegação: “Que parlamentar vai ter coragem de dizer abertamente que é contra a Polícia Federal investigar milícias? Quem no Congresso vai dar a cara à tapa e dizer que o governo não pode ampliar o cerco contra o PCC?”.

    Com a proximidade das eleições municipais e a constatação de que a segurança pública é uma das principais preocupações do eleitor, a depender da costura política (ou da falta dela), alegar uma eventual violação do pacto federativo poderia barrar o projeto ainda na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, porta de entrada de propostas legislativas e hoje presidida pela bolsonarista Caroline de Toni (PL-SC).

    Para minimizar riscos, o próprio Lewandowski tem ido a campo e articulado com parlamentares alinhados ao bolsonarismo. Na terça-feira, 9, conversou publicamente com o deputado Ricardo Salles (PL-SP) e dias antes recebera acenos de membros da bancada da bala de que não haveria resistência absoluta a políticas mais duras de enfrentamento ao crime.

    De acordo com o texto idealizado por Lewandowski, as polícias federal e rodoviária ganhariam poderes para combater o crescimento de milícias e grupos armados. No caso da PF, uma das ideias é que um grupo pré-determinado de agentes possa ser alocado para tocar em cada estado investigações sensíveis.

    Continua após a publicidade

    Para a PRF, a ideia é colocar a corporação para patrulhar rios e linhas ferroviárias que têm sido usadas como rota do tráfico. Se o texto for aprovado como proposto pelo governo, a PRF atuaria como uma espécie de polícia nacional, com braços operacionais no combate ao narcotráfico, na proteção de populações indígenas e no reforço a fronteiras, por exemplo.

    Elaborado pela Universidade Federal Fluminense (UFF), o Mapa Histórico dos Grupos Armados concluiu que, nos últimos 16 anos, as milícias triplicaram seu domínio territorial na área do Grande Rio. O Comando Vermelho, segunda maior facção do país, teve crescimento de quase 90% na região.

    Um dos desafios, avalia a equipe do ministro, é ampliar a ofensiva contra sofisticados esquemas de lavagem de dinheiro de facções como o Primeiro Comando da Capital (PCC), que avançam sobre atividades lícitas, como postos de combustível, hotelaria e planos diretores de cidades específicas, para branquear recursos do tráfico. Segundo interlocutores de Lewandowski, a forma mais eficaz de identificar novos braços de atuação das organizações criminosas é colocar a Polícia Federal – independente e bem equipada – para atuar nesses casos.

    Continua após a publicidade

    Segurança pública é uma das principais preocupações do eleitor

    Pesquisa Genial/Quaest divulgada na quarta-feira, 10, aponta a segurança pública como um dos principais problemas do país, atrás apenas da economia. Em março, um outro levantamento, feito pela Atlas Intel, mostrou que 66% dos entrevistados desaprovavam o desempenho do governo federal na área da segurança pública, enquanto apenas 24% consideravam a atuação do Executivo positiva. Era a área com a pior performance do governo, à frente de temas como controle de gastos e combate à corrupção. Criminalidade e tráfico de drogas foram apontados pelos entrevistados da Atlas Intel como os maiores problemas do país na atualidade.

    Publicidade

    Publicidade
    Imagem do bloco

    4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

    Vejinhas Conteúdo para assinantes

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.