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O ‘grito da independência’ do aliado de Kassab para comandar a Câmara

Deputado Antônio Brito traça estratégia para rejeitar tese de que, se eleito, será subserviente ao cacique do PSD

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 30 jun 2024, 18h24

A influência e o poder crescente de Gilberto Kassab, presidente do PSD e Secretário de Governo de São Paulo, vem sendo um fator de peso nas tratativas para a sucessão de Arthur Lira (PP-PI) na Presidência da Câmara.

Líder do partido de Kassab, o deputado Antônio Brito (BA) é um dos candidatos ao posto. Bem relacionado e aliado de parlamentares da esquerda e da direita, ele enfrenta resistências e especulações em decorrência de sua proximidade com o dirigente do PSD.

Nos corredores da Câmara, não são poucos os que propagam que Brito renderia total subserviência a Kassab, dando-lhe uma espécie de procuração para chefiar os deputados e guiar as decisões internas caso o parlamentar baiano seja eleito.

O PSD hoje tem a Presidência do Senado, representada Rodrigo Pacheco (MG), e é a maior legenda da Casa. Além disso, tem o maior número de prefeituras no país (mais de 1.000),  ocupa três ministérios no governo Lula e vislumbra chegar ao governo de São Paulo, a maior cidade do país, numa eventual candidatura de Tarcísio de Freitas à Presidência da República.

Uma ascensão na Câmara, portanto, consolidaria mais um espaço de poder a Kassab – o que muitos partidos tentam evitar.

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Antônio Brito: sem ‘ponto no ouvido’

Sabedor das intrigas, o deputado Antônio Brito vem encampando a bandeira da independência e já se antecipa para rejeitar a tese de que seria tutelado pelo dirigente partidário.

Em campanha aberta, ele costuma tratar do tema com parlamentares e aliados e garantir que, apesar da deferência a Kassab, não lhe entregaria o poder de decisão na Câmara – o que, sustenta, seria impossível de acontecer na prática.

Brito costuma dizer que a cadeira de presidente da Câmara abarca o interesse de múltiplos partidos e deputados, e a principal dificuldade é encontrar um mínimo de consenso em meio a um Legislativo tão polarizado. Por isso, ressalta, é o parlamentar que estará na Mesa Diretora – e mais ninguém – que terá de ter traquejo para lidar com os diferentes espectros políticos.

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“Quando você está na tribuna, é só Deus e o seu destino. Não tem como ter um ‘ponto no ouvido’ para te dizerem o que fazer ou não ou ficar disparando ligações antes de tomar uma decisão”, afirmou em conversas recentes.

Ele acrescenta que o desafio é ter capacidade de “segurar o plenário” num ambiente tão conflagrado e diverso. Por esse raciocínio, diz, não seria alguém que sequer é deputado que teria condições de ditar os rumos da Casa.

Resta, agora, saber se os outros partidos estarão convencidos do argumento.

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