Durará quinze minutos a última tentativa da defesa de Lula de convencer a Justiça de que o juiz Sergio Moro errou ao condenar o ex-presidente por corrupção e lavagem de dinheiro em julho do ano passado. Moro sentenciou o petista a nove anos e meio de prisão por ter recebido de uma empreiteira um tríplex no Guarujá como contrapartida de favores prestados à empresa quando estava na Presidência e por ter tentado ocultar a titularidade do imóvel. O advogado Cristiano Zanin Martins dirá aos três desembargadores da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) que a decisão de Moro tem de ser revertida com base em dois argumentos principais, como mostra reportagem de VEJA desta semana: não existiriam provas de que o dinheiro desviado de contratos da Petrobras com a empreiteira OAS foi usado para presentear Lula com o tríplex; tanto o juiz de Curitiba quanto os procuradores da Lava-Jato, além do próprio presidente do tribunal, Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, teriam sido parciais em suas manifestações sobre o caso.
O ex-presidente tem se mostrado apreensivo com o resultado da próxima quarta-feira. Procura com frequência seus advogados para tirar dúvidas sobre o julgamento — pede para ler petições e quer entender termos jurídicos. Lula alterna uma agenda de viagens com a rotina doméstica em São Bernardo do Campo, onde tem sido visto na companhia de uma mulher que amigos dizem ser sua namorada. O casal frequenta bares nas proximidades da casa do petista.
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