O corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Benedito Gonçalves, encerrou na noite da última sexta-feira, 31, a fase de coleta de provas de um processo que pode deixar o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível. Com isso, o caso que pode selar o destino político do ex-mandatário entra na fase final, com a abertura de prazo para a defesa e o Ministério Público Eleitoral. Na sequência, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já pode agendar a data do julgamento que vai analisar se Bolsonaro cometeu crime ao convocar embaixadores em julho passado para colocar em dúvida a lisura do processo eleitoral brasileiro, sem apresentar provas. O ex-ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto, então candidato a vice de Bolsonaro, também é alvo da ação.
A ação de investigação judicial eleitoral foi proposta pelo PDT e acusa Bolsonaro e Braga Netto de prática de abuso de poder político e de uso indevido dos meios de comunicação. Responsável pelo andamento de processos desta natureza, o ministro Benedito Gonçalves entendeu que o “rico acervo probatório” cumpriu a finalidade da fase de coleta de provas. “Foram realizadas cinco audiências e requisitados todos os documentos, inclusive procedimentos sigilosos, relacionados aos fatos relevantes para deslinde do feito”, diz um trecho do despacho. O ex-presidente tem criticado as ações do TSE e dito que não há motivos para o tribunal condená-lo.
Bolsonaro ainda responde a outros processos na Justiça Eleitoral, como o suposto envolvimento em milícias digitais e na disseminação de fake news.