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O passado ‘progressista’ de Tarcísio de Freitas

Posições caras à pauta de costumes têm sido levantadas como potencial arma contra um pretenso projeto eleitoral do governador para 2026

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 15 abr 2023, 15h33

Apontado por representantes do conservadorismo como provável sucessor de Jair Bolsonaro caso o ex-presidente seja declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) tem uma espécie de “passado progressista”. Até poucos anos atrás, quando ainda ocupava o Ministério da Infraestrutura mas não era considerado um político capaz de encampar o legado político do ex-mandatário, Tarcísio dizia abertamente ser a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo e contrário à política armamentista que fez do então chefe garoto-propaganda do registro de mais de um milhão de armas nas mãos de particulares nos últimos quatro anos.

A metamorfose de Tarcísio, que admitia armamento em casos excepcionais, como em propriedades rurais, foi ganhando corpo na medida em que ele foi convencido de que tinha potencial eleitoral para assumir o controle do mais importante estado da federação. Mesmo antes de eleito governador de São Paulo, o “progressismo” foi paulatinamente sendo deixado de lado, ainda que, para protesto de seguidores do clã Bolsonaro, ele tenha cometido um suposto “ato falho” de admitir em uma entrevista que nunca foi um “bolsonarista raiz”.

Virtual representante do espectro de direita nas eleições de 2026 em uma articulação que poderia lançar uma candidatura casada de centro-direita em São Paulo, Tarcísio passou a ter o passado progressista “exposto” por políticos que se dizem verdadeiros representantes do conservadorismo. Seguidores mais aguerridos do ex-presidente defendem que, caso o governador pretenda mesmo alçar voos mais altos, seja lembrado na costura de alianças que o virtual presidenciável já esteve do lado de lá. Como se sabe, o governador de São Paulo integrou a cúpula do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) durante a gestão de Dilma Rousseff e a Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) sob Michel Temer.

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