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O que esperar da ministra que herdará caso que atinge filhos de Bolsonaro

Isabel Gallotti assumirá Corregedoria do TSE em setembro e será responsável por investigações eleitorais

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 1 jun 2024, 17h47
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  • Uma ministra que chegou a ser cotada para assumir uma vaga no  Supremo Tribunal Federal (STF) durante o governo de Jair Bolsonaro será a nova xerife da Justiça Eleitoral e terá sob sua alçada investigações que, além de poder impor condenações extras de inelegibilidade ao ex-presidente, têm o condão de tirar do jogo eleitoral figuras de proa do bolsonarismo, como os deputados Nikolas Ferreira, Caroline de Toni, Ricardo Salles e Alexandre Ramagem, além de Flávio, Eduardo e Carlos Bolsonaro, filhos do ex-mandatário.

    Isabel Gallotti assumirá a Corregedoria do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em setembro e, com isso, herdará todos os processos de investigação eleitoral que acusam o ex-presidente e aliados dele de crimes como abuso de poder político e econômico e uso indevido dos meios de comunicação.

    Com Bolsonaro e o ex-candidato a vice Walter Braga Netto fora do páreo, o processo que mira o entorno do ex-presidente e o acusa de disparo massivo de fake news contra Lula nas eleições de 2022 é acompanhado de lupa por interlocutores do capitão porque pode abreviar a carreira política dos herdeiros do ex-mandatário e de pré-candidatos nas eleições municipais, como Ramagem, que deve disputar a prefeitura do Rio de Janeiro. Se condenados, eles podem ser considerados inelegíveis.

    O fato de as acusações girarem em torno do tema das fake news é apontado por advogados que acompanham o dia a dia do TSE como um fator que pode agilizar o julgamento do caso. Isso porque o combate a notícias fraudulentas é uma das principais pautas da futura presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia.

    A disposição de Cármen Lúcia de, ao suceder o ministro Alexandre de Moraes no posto, manter o TSE com a guarda fechada contra ataques digitais é lembrado por advogados como fator adicional de que a ação de investigação judicial eleitoral que acusa Jair Bolsonaro e outras 48 pessoas de integrar um ecossistema de fake news não ficará sem resposta.

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    Quem é Isabel Gallotti?

    Gallotti, dizem advogados que acompanham a Justiça Eleitoral, tem independência e não tem perfil de engavetar casos rumorosos. Ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) indicada por Lula em 2010, é filha, neta e bisneta de integrantes do Supremo Tribunal Federal e casada com o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Walton Alencar Rodrigues.

    Em 2014, VEJA revelou que a Polícia Federal apreendeu e-mails que mostram que Walton repassava informações de dentro do tribunal para Erenice Guerra, então chefe da Casa Civil da presidente Dilma Rousseff.

    De perfil considerado mais conservador, Isabel Gallotti já julgam ações eleitorais favoráveis ao ex-mandatário no TSE, como ordens para que fosse retirada do ar uma propaganda de Lula que associava Bolsonaro com atos de pedofilia e de violência armada e para que fosse dado direito de resposta ao então candidato à reeleição após ele ser associado a atos de corrupção via orçamento secreto.

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