Terminado o debate entre candidatos ao governo do Rio de Janeiro, Rodrigo Neves (PDT) e Marcelo Freixo (PSB) se cumprimentaram nos bastidores e o deputado federal que lidera as pesquisas tentou apaziguar o ânimo entre os dois: “tenha calma”, disse a Rodrigo Neves.
Freixo se referia à pergunta feita por VEJA ao candidato do PDT quanto à possibilidade de apoio mútuo, caso um dos dois representantes dos partidos de esquerda venha enfrentar o governador Claudio Castro em um eventual segundo turno. Neves se esquivou da pergunta, mas Freixo, em seu comentário, disse que apoiaria o adversário e que contava com o apoio dele.
Em seguida, os dois travaram o seguinte diálogo:
Neves: Eu quero seu apoio no segundo turno.
Freixo: Eu disse que te apoiaria, você que tem de falar que vai me apoiar.
Sorrindo, os dois se abraçaram.
Conforme VEJA adiantou, dia 25, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), que indicou o advogado Felipe Santa Cruz como vice de Neves, irá se encontrar com Lula para declarar apoio ao ex-presidente. O gesto é visto como um movimento que deve abrir caminho para uma aliança PDT-PSB no segundo turno no Rio, já que Lula apoia Freixo.
A pesquisa Datafolha indica o governador Claudio Castro na frente com 31%, Freixo vem em segundo, com 27%, seguido de Neves, com 8%.
Internamente, o grupo de Paes avalia que uma eventual dobradinha Neves-Freixo no segundo turno é dada como certa. A possibilidade do pedetista ir para o segundo turno, porém, não é está descartada. Na avaliação nos assessores mais próximos de Paes, embora Neves apareça em terceiro lugar nas intenções de voto, pode se beneficiar de um eleitor que vota em Castro apenas porque é anti-Freixo. Esse fato ajuda a explicar os ataques do ex-prefeito de Niterói ao deputado do PSB.
Ao final, Freixo se despediu de Neves com mais um abraço e um pedido: “Vamos conversar”.