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O que Lula anda dizendo do comandante do Exército na tragédia gaúcha

Militar integrou a comitiva presidencial que chegou ao Rio Grande do Sul em 5 de maio para acompanhar os estragos da devastação no estado

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 Maio 2024, 11h37 - Publicado em 11 Maio 2024, 11h06
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  • O presidente Lula é só elogios ao comandante do Exército, general Tomás Paiva, que coordena a operação de guerra montada pela corporação para resgatar vítimas das fortes chuvas e inundações que já deixaram 136 mortos, 141 desaparecidos e cidades inteiras varridas do mapa no Rio Grande do Sul. Desde o voo que, no último dia 5, levou o petista e uma comitiva de 13 ministros aos municípios atingidos e ofertar ajuda a prefeitos, Lula não poupou observações positivas a Paiva, a quem tem atribuído características como eficiência, discrição e respeito ao jogo democrático. O próprio Tomás estava no voo.

    Interlocutores que presenciaram as loas ao general não deixaram de notar que o petista faz questão de diferenciar a postura do comandante da politização que tomou as Forças Armadas durante o governo de Jair Bolsonaro e fermentou em parte da caserna aspirações golpistas. Paiva já era apontado, ainda na transição do governo, como um eventual canal de contato para distensionar a relação do então presidente eleito com os militares.

    Também atuou junto ao Executivo e ao Judiciário como termômetro do escândalo envolvendo o ex-ajudante de ordens Mauro Cid ao desqualificar as alegações do tenente-coronel de que, como subalterno de Bolsonaro, a ele só cabia cumprir ordens – ainda que esdrúxulas ou ilegais. Paiva foi ajudante de ordens de Fernando Henrique Cardoso e repetia à exaustão que sabia que limites o titular de um posto como aquele não poderia ultrapassar.

    Na tragédia climática no Rio Grande do Sul, pelos cálculos do comandante do Exército, o contingente da força na região, formado por mais de 20.000 militares, já atuou diretamente no resgate de mais de 60.000 pessoas. Em meio à consternação causada pela destruição no sul do país, Tomás Paiva foi alvo de uma fake news que alegava que, em vez de socorrer a população gaúcha em necessidade, ele estaria em uma viagem à China confraternizando que integrantes do regime comunista.

    Ex-chefe de gabinete do general Villas Boas, expoente da corporação que, às vésperas do julgamento de um habeas corpus que poderia beneficiar Lula na Lava-Jato, tuitou o que foi interpretado como uma pressão das Forças Armadas contra uma decisão favorável ao petista, Tomás Paiva nunca admitiu o envolvimento da instituição militar na tentativa golpista de 8 de janeiro de 2023. Ele sequer reconhece o quebra-quebra como um ensaio de sublevação, mas conseguiu diminuir resistências de setores do governo aos fardados depois que investigações da Polícia Federal apontaram a quais CPFs militares poderiam ser imputadas responsabilidades – do general e ex-candidato a vice de Bolsonaro, Walter Braga Netto, ao ex-comandante da Marinha Almir Garnier, ambos investigados no inquérito que apura o papel de Jair Bolsonaro e de outros atores para uma virada de mesa nas eleições de 2022.

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