Em busca de quebrar resistências ao domínio do União Brasil no Congresso a partir do ano que vem, o deputado Elmar Nascimento (BA) e o senador Davi Alcolumbre (AP) já afinaram o discurso e tentam convencer lideranças governistas de que a dobradinha entre a dupla garantirá estabilidade ao presidente Lula.
Candidatos à Presidência da Câmara e do Senado, Nascimento e Alcolumbre enfrentam questionamentos por parte de líderes de outras legendas que não querem abrir espaço no comando duas Casas para um mesmo partido.
Sabendo disso, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e o líder do governo no Senado, Jaques Wagner, questionaram Elmar Nascimento sobre a resistência, e ouviram dele que a parceria servirá como a solução para os problemas do Palácio do Planalto no Congresso.
Isso porque, disse, uma considerável parcela das dores de cabeça atuais reside na falta de sintonia entre o chefe do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
No início da legislatura, uma disputa entre os dois parlamentares sobre a comissão que analisa as medidas provisórias do governo paralisou os trabalhos da Casa. Além disso, a exemplo do que aconteceu na última semana sobre a taxação de produtos importados, uma série de projetos sofre modificações ou é sumariamente engavetada por não haver uma combinação prévia entre eles.
Já os políticos do União Brasil são aliados de primeira hora. “A gente joga junto e combinado”, garantiu Elmar Nascimento.
Troca de partido
Uma das soluções aventadas para evitar a coincidência de partidos foi que Davi Alcolumbre deixasse o União Brasil – senadores não têm de cumprir a regra da fidelidade partidária, imposta aos deputados.
O senador já vislumbrou a possibilidade de migrar para o MDB. No entanto, a legenda filiou o atual prefeito de Macapá, Dr. Furlan, adversário político que venceu o irmão dele na última eleição municipal.
Outra possibilidade seria uma mudança para o PSD. Aliados de Alcolumbre afirmam que essa não seria a melhor solução para o governo, já que a medida manteria o poder do cacique da legenda, Gilberto Kassab, que é secretário de Governo de Tarcísio de Freitas, potencial candidato de oposição na eleição de 2026.