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Olavo de Carvalho: ‘Eu sou o guru dessa porcaria?’

Pensador critica comitiva de parlamentares do PSL que negocia tecnologia de segurança com a China e se queixa por governo 'permitir' filial da CNN no Brasil

Por Da Redação
Atualizado em 17 jan 2019, 15h38 - Publicado em 17 jan 2019, 12h51
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  • O professor - Radicado nos Estados Unidos, o filósofo Olavo de Carvalho é o guru dos ultraconservadores e diz que não houve ditadura no Brasil. É consultor informal de Bolsonaro para assuntos externos (//Reprodução)

    Em um vídeo publicado em seu canal no YouTube e nas redes sociais, o pensador conservador Olavo de Carvalho marcou um distanciamento com o início do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Depois de ser tido como mentor intelectual de Bolsonaro – a VEJA, se identificou como “o segundo governo” – e indicar dois ministros, Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Ricardo Vélez (Educação), Olavo criticou fatos contra os quais julga que o governo deveria ter reagido nesses primeiros dezessete dias.

    Sua artilharia foi direcionada a dois alvos principais: a comitiva de deputados do PSL que viajou à China para negociar, entre outras coisas, um intercâmbio do esquema chinês de reconhecimento facial, e o anúncio da negociação da vinda da rede americana CNN para o Brasil. Olavo de Carvalho diz que, se Bolsonaro de fato fosse orientado por ele, não “permitiria” ambas as coisas.

    “E eu sou o guru dessa porcaria? Eu não sou o guru de m* nenhuma. Se eu fosse, as pessoas não teriam sequer a coragem de apresentar essas ideias. Mas não só apresentaram como estão realizando”, disparou. “Cadê o Executivo? O Executivo vai deixar os caras irem para lá para entregar o país ao poder chinês dessa maneira?”.

    Para Olavo de Carvalho, a instalação do sistema chinês como reforço em segurança pública poderia dar ao país asiático o poder de ameaçar a soberania brasileira na área, com possíveis acessos indevidos dos estrangeiros às gravações. Ele também disse que os parlamentares estão errando por estarem “deslumbrados” com o prestígio dos cargos para os quais foram eleitos.

    Já em relação à CNN Brasil, iniciativa de mídia anunciada pelo ex-diretor da RecordTV Douglas Tavolaro e pelo empresário Rubens Menin, ele reiterou o discurso de que considera as organizações de mídia como “criminosas” e a imprensa como “inimiga” do governo. Carvalho não especificou como esperaria que o presidente não “permitisse” o funcionamento da empresa, uma vez que se tratará de um canal de TV à cabo, que não depende de concessão pública.

    Influência

    O vídeo acabou, no entanto, sendo um indicativo do poder de influência de Olavo de Carvalho. Pouco depois da publicação, o filósofo foi seguido por nomes proeminentes do PSL, como a deputada federal eleita Joice Hasselmann (SP) e o assessor especial de Jair Bolsonaro para assuntos internacionais, Filipe Garcia Martins.

    Joice chamou a viagem de “porcaria”, enquanto Martins afirmou que empresas cujos governos “não atendam a critérios mínimos de transparência” deve ser impedida de conquistar mercados no Brasil. “Ignorar critérios mínimos de transparência e controle acarretaria em riscos que afetariam, não apenas a segurança nacional, como as liberdades e os direitos individuais mais básicos e essenciais de nossos cidadãos”, escreveu.

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    Resposta

    Em vídeo divulgado em sua página no Facebook, a deputada federal eleita Carla Zambelli (PSL-SP), uma das integrantes da comitiva que viajou a Ásia que foi citada diretamente por Olavo, respondeu as críticas do filósofo.

    Na gravação, Zambelli afirma que os parlamentares não tem poder para fechar nenhuma negociação com a China, que visitará também outros países para conhecer as tecnologias de segurança. Ela se disse “fã’ do filósofo, mas afirmou que “ele não está certo sempre”, citando uma passagem em que ele afirmou que o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) seria impossível.

    Segundo a deputada, o objetivo da viagem é promover as negociações brasileiras, de exportação e importação de produtos agrícolas e de tecnologias.

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