Onde Lula foi bem e onde foi mal no debate, na visão de seus aliados
Para a campanha, petista se destacou ao falar 'duras verdades' ao rival, mas mau uso do tempo e nervosismo no bloco final foram vistos como entraves
Após um acalorado debate marcado por trocas de farpas e acusações entre Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro, aliados do petista já calculam os ajustes que o ex-presidente deverá fazer em seu discurso para neutralizar os ataques do adversário.
Com um primeiro bloco de saldo positivo — com Lula pontuando nas falas sobre vacinação e Covid-19 –, o debate chegou ao fim com o placar favorável a Bolsonaro. No terceiro bloco, o tom agressivo e incisivo do ex-presidente deu lugar a sinais de nervosismo — se atrapalhou com o tempo e entregou o palco ao atual presidente, que falou por mais de cinco minutos sem interrupção.
A leitura de membros da campanha petista é a de que Lula se saiu bem ao dizer “duras verdades” na cara de Bolsonaro, mas que caiu nas armadilhas retóricas do adversário e que, de fato, acabou administrando mal o tempo do bloco final. “A verdade é que é muito difícil debater com alguém tão rebaixado, sem nível algum”, diz um aliado.
O plano, agora, será avaliar se vale a pena — ou mesmo, viável — rebater a cada investida de Bolsonaro, ou se é melhor deixá-lo atacando sozinho e redirecionar o discurso para falas mais propositivas, mas ao mesmo tempo sem perder o protagonismo do embate.