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Operação Cash Delivery mira propinas para ex-governador Marconi Perillo

Acusado pela Odebrecht de beneficiar a empreiteira em obras no estado, Perillo é candidato ao Senado e vice-presidente nacional do PSDB

Por Guilherme Venaglia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 28 set 2018, 09h29 - Publicado em 28 set 2018, 07h51
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  • A Polícia Federal e o Ministério Público Federal realizam, na manhã desta sexta-feira 28, a operação Cash Delivery, que investiga acusações de recebimento de propina pelo ex-governador de Goiás Marconi Perillo, vice-presidente nacional do PSDB e candidato ao Senado. O ex-governador é alvo de mandados de busca e apreensão.

    Segundo o MPF, a operação tem o objetivo de “colher provas da prática de crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa atribuída ao ex-senador e ex-governador Marconi Perillo em colaborações premiadas de executivos da Odebrecht”. Segundo os delatores da empreiteira, Perillo recebeu propina de 2 milhões de reais em 2010 e 10 milhões de reais em 2014, para suas duas últimas campanhas ao governo do estado.

    São cumpridos cinco mandados de prisão temporária e catorze de busca e apreensão. Os alvos dos mandados são Jayme Rincon, ex-presidente da Agência Goiana de Transporte e Obras (Agetop), o filho dele, Rodrigo Godoi Rincon, o policial militar Márcio Garcia de Moura, o ex-policial e advogado Pablo Rogério de Oliveira e o empresário Carlos Alberto Pacheco Júnior.

    A prisão de Marconi Perillo não foi possível porque a lei proíbe a prisão, fora de flagrante, de candidatos a menos de quinze dias das eleições. Jayme Rincon é o coordenador da campanha do governador de Goiás, José Eliton (PSDB), à reeleição. De acordo com o Ministério Público, Rincon apagou e-mails de um servidor em meados de 2016, tão logo a Operação Lava Jato cumpriu um mandado de busca e apreensão em um apartamento na rua Haddock Lobo, em São Paulo, onde seu filho morava, oque, para o órgão, “indica tentativa de destruir provas”.

    Em depoimento, Maria Lúcia Tavares, ex-secretária da Odebrecht que firmou acordo de delação premiada, afirmou que Marconi Perillo era identificado pelos nomes “Master”, “Padeiro”, “Calado” ou “Patati” nas planilhas da Odebrecht e que os pagamentos foram feitos pelo doleiro Álvaro Novis. Os repasses, anota o MPF, teriam ocorrido no imóvel onde vive Rodrigo Rincon na capital paulista.

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    Defesa

    VEJA procurou Marconi Perillo, mas não obteve retorno até a publicação desta nota. Em nota, advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que defende Perillo, afirmou que “a busca e apreensão na residência do ex-governador a nove dias da eleição assume um caráter claramente eleitoreiro e demonstra um abuso por parte do Ministério Publico e do Poder Judiciário”.

    “O ex-governador foi citado na delação da Odebrecht por fatos ocorridos em 2010 e 2014. É evidente que os fatos devem ser apurados e a Defesa não tem nenhuma preocupação com a investigação. A palavra do delator é isolada e não há, sequer en passant, qualquer fiapo de indício contra o Marconi Perillo”, escreveu o defensor, que também criticou o que chama de “interferência” contra a estabilidade democrática.

    “É, sem dúvida, uma clara interferência, indevida e perigosa, contra a estabilidade democrática. […]. Importante esclarecer que não é verdade que o ex-governador teve mandado de prisão decretado, mas teve busca e apreensão e esta medida, neste momento, já é uma grave agressão. Uma violência inexplicável ao estado democrático de direito . A defesa vem denunciando, há tempos, à espetacularização do direito penal e a criminalização da politica”.

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